Dra Luciara Batista — Ginecologista e Obstetra

Mudanças da mama na gravidez e dicas de cuidados

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O período de gestação é um momento único para a mulher, carregado de emoções e mudanças no seu corpo. A principal delas é o crescimento da barriga, em virtude do desenvolvimento do neném.

Porém, as mamas também passam por transformações por que começa a se preparar para cumprir sua principal função: produzir leite para alimentar os bebês, ou seja, amamentar.

Principais alterações nas mamas

Muitas vezes elas são a primeira parte do corpo a manifestar as diferenças trazidas pela gravidez, porém não há necessidade de preocupação. Todas as mudanças abaixo são perfeitamente normais:

  • Aréola e mamilos mais escuros:  isso ocorre porque as alterações hormonais causam um aumento na produção de melanina, substância responsável pela pigmentação da pele.  No entanto, a coloração da região volta ao normal alguns meses após o nascimento do bebê.
  • Hipersensibilidade: as mamas ficam doloridas por conta do início da produção de leite, que causa uma sensação de inchaço.
  • Estrias: o aumento rápido no tamanho das mamas pode ocasionar o rompimento das fibras da pele, causando estrias.
  • Vazamento de leite: algumas mulheres têm um grande volume de lactação, por isso o colostro (primeiro leite materno) pode aparecer no terceiro trimestre, principalmente nas últimas semanas.
  • Veias mais aparentes: da mesma forma que as mamas ficam mais sensíveis  devido ao seu aumento, as veias ficam mais aparentes, uma vez que a pele está se adaptando ao novo formato dos seios.

Cuidados com as mamas na gravidez

A atenção com as mamas deve começar já no início da gravidez e continuar durante todo o período de amamentação, que varia de uma mulher para outra ou mesmo de um filho para o outro.

Alguns cuidados são fundamentais para evitar desconfortos e garantir que as mamadas sejam tranquilas tanto para a mãe quanto para o bebê. Veja alguns deles:

  • Banho de sol: o recomendado é tomar sol diretamente sobre a pele (sem roupas) durante 15 minutos diários, sempre antes das 10h ou após as 16h, passando protetor solar em toda a região dos seios, exceto na aréola e mamilos.
  • Produtos de higiene: o uso de produtos como sabonete e hidratante poder remover a hidratação e proteção natural da área. O ideal é lavar somente com água.
  • Roupas: deve-se deixar os mamilos expostos ao ar o máximo de tempo possível. Isso evita a proliferação de fungos e o surgimento de fissuras. Se não for possível deixá-los à mostra, procure usar roupas leves, que não deixem a região muito abafada.
  • Massagem: massagear os seios é importante tanto para a preparação quanto durante o período de amamentação. A ação melhora a circulação sanguínea e nos ductos lactíferos, amenizando dores e evitando o ingurgitamento (empedramento) do leite materno.

Se você já é mãe ou está gestante compartilhe sua experiência conosco. Deixe seu comentário!

Câncer de colo do útero: prevenção, sintomas, diagnóstico e tratamento

A principal causa do câncer de colo do útero é a ocorrência de infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano – HPV. Existem mais de 150 tipos de HPV, dos quais pelo menos 13 são considerados oncogênicos. 

A contaminação de HPV é relativamente comum e, na maioria dos casos, não tem consequências graves. No entanto podem ocorrer alterações celulares que, se não tratadas, possibilitam o surgimento do câncer.

Fatores como o início precoce da atividade sexual, ter múltiplos parceiros, uso prolongado de pílulas anticoncepcionais e o tabagismo aumentam o risco de desenvolver o câncer de colo do útero.

Este é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (atrás do câncer de mama e do cólon e reto), e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil, segundo dados do INCA – Instituto Nacional do Câncer.

A estimativa anual do país é de mais de 16 mil novos casos por ano desta doença que matou mais de 5.500 mulheres em 2016 (dados do INCA).

Prevenção 

A melhor forma de prevenir é evitando o contágio pelo vírus HPV. A transmissão ocorre principalmente através de relações sexuais sem proteção, mas também pode ocorrer pelo contato com a pele da vulva, região perineal e bolsa escrotal. Portanto:

  • Use preservativo em todas as relações sexuais;
  • Prefira um parceiro fixo a múltiplos parceiros;
  • Evite o consumo de tabaco;
  • Tenha um estilo de vida saudável;
  • Tenha sempre orientação médica para o uso de contraceptivos;
  • Vá ao ginecologista ao menos uma vez por ano.

Outra forma de prevenir a infecção pelo Papilomavírus Humano é a vacinação. Desde 2014 a imunização de adolescentes faz parte do calendário oficial do Ministério da Saúde. Atualmente devem receber a vacina meninas entre 9 e 14 anos e meninos entre 11 e 14 anos que é, geralmente a fase da iniciação sexual.

Sinais e sintomas 

O câncer de colo do útero é uma doença silenciosa e praticamente assintomática, principalmente no início. Alguns casos podem apresentar sangramento que vai e volta ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal acompanhada de distúrbios urinários ou intestinais. Porém, quando esses sinais se manifestam o problema já está num estágio bem avançado.

Diagnóstico 

Quanto mais cedo for diagnosticado o câncer de colo do útero maiores são as chances de reverter o problema, ou seja, se o diagnóstico for feito ainda no estágio inicial da doença há um alto potencial de cura. A principal forma de diagnóstico, principalmente quando ainda não há sintomas, é através do Papanicolau, popularmente conhecido como exame preventivo. 

O Ministério da Saúde recomenda que toda mulher entre 25 e 64 anos realize o exame regularmente, mesmo que não tenha relações sexuais frequentes. Ele é um dos exames periódicos que costumam ser solicitados na consulta com o ginecologista e, devido à longa evolução da doença, pode ser realizado a cada três anos, mas os dois primeiros devem ser anuais.

Dependendo do resultado do preventivo o médico pode solicitar também a colposcopia (exame que permite a ampliação estereoscópica dos tecidos do trato genital inferior) ou biópsia, que é a retirada de uma pequena amostra de tecido para análise.

Tratamento 

Cada mulher diagnosticada com câncer do colo de útero terá seu tratamento orientado e avaliado por um médico. Tudo depende do estágio e evolução da doença e também da reação do organismo.

Tudo sobre a mama: dores, doenças benignas e câncer de mama

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A mama tem como função fisiológica produzir leite para alimentar os bebês. É uma estrutura complexa formada por diferentes tecidos (adiposo, conjuntivo e glandular), vasos (sanguíneos e linfáticos) e fibras nervosas. 

Elas estão presentes nas mulheres em duplas (também chamadas de seios) e, além da função de amamentar, também têm influência na feminilidade, autoestima, identidade e sexualidade da mulher.

Causas de dores na mama

Esta parte do corpo feminino é muito delicada. Diferentes fatores podem causar dor (mastalgia) ou sensação de hipersensibilidade na mama, podendo ser classificada em dois graus de intensidade.

O grau 1 (leve) é considerado normal, pois não interfere no dia a dia da mulher. Já o grau 2 (intenso) é severo e necessita de acompanhamento médico, uma vez que impede a realização de tarefas diárias.

As principais causas das dores na mama são:

Início da puberdade;

– TPM ou menstruação;

– Gravidez;

– Amamentação;

– Uso de medicamentos;

– Mudança de anticoncepcional; 

– Cisto na mama.

Como detectar problemas na mama

É importante que ao menor sinal de alteração a mulher procure atendimento pois a detecção precoce, principalmente do câncer de mama, aumenta as chances de cura. A detecção precoce depende de fatores bem simples, mas que podem fazer toda a diferença para a saúde. São eles:

Autoexame: esta é uma das principais formas de detectar um nódulo na mama e prevenir doenças, principalmente o câncer. Deve ser realizado todo mês, da forma que a mulher se sentir mais confortável (no banho, troca de roupa, etc), sete dias após a menstruação. Quando a mulher já está na menopausa o ideal é fazer em dias alternados a cada mês. 

Mamografia: a Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda que mamografia seja realizada anualmente em mulheres com 40 anos ou mais, para diagnóstico precoce. 

Em casos comprovados  de mutação BRCA1 ou BRCA2 em familiar de primeiro grau, deve-se fazer o exame a partir de 25 – 30 anos, bianual, até os 40 anos.

Quem tem história familiar positiva para dois familiares de primeiro grau ou um familiar de primeiro grau antes dos 40 anos, iniciar 10 anos antes do diagnóstico do familiar. Ou seja: se o familiar foi diagnosticado com 40 anos deve-se iniciar o exame aos 30 anos, por exemplo.

No Sistema Único de Saúde (SUS), a mamografia é realizada a partir dos 50 anos, bianual, na ausência de fatores de risco.

Doenças benignas da mama

A presença de nódulos na mama é uma das queixas mais comuns nos consultórios de ginecologia. É normal que as mulheres se assustem um pouco, mas a boa notícia é que a maioria deles é benigna. Os principais tipos são: 

Fibroadenoma: são tumores firmes e elásticos com bordas regulares e lisas. Crescem lentamente, atingem no máximo 3 cm e aparecem geralmente na fase da puberdade. Podem sofrer alterações no tamanho conforme a fase do ciclo menstrual.

Tumor phyllodes: tem as mesmas características do fibroadenoma, porém é maior e tem crescimento rápido. É raro (apenas 0,5% dos casos de lesões mamárias) e ocorre geralmente após os 35 anos.

Fibroadenoma juvenil: apresenta o mesmo quadro do tumor phyllodes, porém aparece logo após a menarca (primeira menstruação).

Cistos: são nódulos amolecidos, de bordas lisas e bem definidas. Podem ser simples (conteúdo líquido) ou complexos (presença de componente sólido no interior). Costumam provocar dor quando crescem repentinamente.

Vale lembrar que cabe ao médico avaliar e, se necessário, solicitar exames para diagnosticar o tipo de lesão. 

Câncer de mama

O câncer de mama corresponde a cerca de 29% dos casos de câncer em mulheres no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer – INCA, é causado pela multiplicação desordenada das células da mama.

Ainda segundo o INCA, aproximadamente 30% dos casos de câncer de mama poderiam ser evitados se mais mulheres aderissem a um estilo de vida saudável.

No entanto, não é totalmente possível prevenir a doença porque há múltiplos fatores envolvidos, a maioria deles não modificáveis. Porém alguns hábitos podem proteger a mulher do desenvolvimento da doença.

Sintomas do câncer de mama

Os principais sintomas do câncer de mama são:

  • Surgimento de nódulo geralmente indolor, duro e irregular;
  • Pele da mama com aparência de casca de laranja;
  • Retração da pele;
  • Dor local;
  • Inversão do mamilo;
  • Hiperemia (aumento do fluxo sanguíneo);
  • Descamação ou ulceração do mamilo;
  • Secreção papilar.

Fatores de risco para o câncer de mama

A predisposição genética tem grande influência no surgimento da doença, no entanto também há questões comportamentais consideradas fatores de risco, que são: excesso de peso corporal, falta de atividade física e consumo de bebidas alcoólicas.

Fatores protetores contra o câncer de mama

Ter hábitos saudáveis pode minimizar o risco de desenvolver o câncer de mama. Entre eles podemos citar: prática de atividades físicas, alimentação saudável, manter o peso corporal adequado, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e evitar o uso de hormônios sintéticos, principalmente sem orientação médica.

Tratamento do câncer de mama

O Sistema Único de Saúde – SUS disponibiliza todos os recursos ao tratamento do câncer de mama, incluindo cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e tratamento com anticorpos.

Além disso, a Lei N° 12.812/13 dá à mulher o direito de realizar pelo SUS uma cirurgia de reconstrução mamária quando necessário, se ela desejar o fazer.

Candidíase vulvovaginal, o que é ?

 

CANDIDÍASE:
Infecção provocada por fungos do gênero Cândida, é uma infecção oportunista, isto é, ela se aproveita de um momento de maior fragilidade do organismo e da proliferação de microorganismos no ambiente.
No verão, a candidíase é comum devido à alta frequência a praias e piscinas, além do uso contínuo de biquínis molhados, contatos com areia e cloro, enfim, situações que potencialmente mudam o pH ou alteram a flora vaginal, permitindo a instalação da infecção.
Já no inverno, a situação é outra: roupas justas e abafadas em excesso prejudicam a oxigenação vulvovaginal e também podem propiciar as infecções. Além disso, o abuso de bebidas alcoólicas e carboidratos devido ao frio (até os chocolates) também auxilia na acidificação vaginal e favorece as infecções fúngicas. “Por fim, a maior incidência de infecções nessa época, como gripes e resfriados, principalmente se tiverem sido acompanhados da necessidade do uso de antibióticos, também contribui.
Vale saber que este fungo, em níveis e condições normais, vive em nosso organismo sem causar maiores danos, mas ao encontrar ambiente propício para sua reprodução e um sistema imunológico deficiente, se multiplica, causando os sintomas de candidíase.
Nas mulheres, os sintomas são dor, coceira, ardência, inchaço e vermelhidão na vulva e vagina, associados a dor para urinar e durante a relação sexual e, principalmente, corrimento esbranquiçado tipo leite talhado.
O primeiro passo para o tratamento é determinar as causas, combatê-las e evitar recidivas. O médico pode indicar antimicóticos e pomadas antifúngicas de uso local e medicamentos via oral.Cabe ao ginecologista escolher o que é melhor para cada paciente.

Candidíase na Gravidez.
Na gravidez existe aumento da incidência de candidíase devido à liberação dos hormônios da placenta que determinam o aumento da acidez vaginal, tornando o ambiente ideal para o fungo, além de existir uma diminuição da imunidade naturalmente nessa fase. Uma mulher grávida é dez vezes mais suscetível do que quando não está esperando bebê.
Importante ressaltar que a infecção por Cândida na mãe não prejudica o bebê. Se no momento do parto a mulher ainda tiver a infecção, há uma pequena chance de contágio quando a criança passar pelo canal vaginal. No entanto, não é grave e é facilmente tratável.

Prevenção
Tudo o que permitir uma boa ventilação dos órgãos genitais é benéfico como forma de prevenir a infecção: dormir sem calcinha, utilizar calcinhas de algodão e evitar roupas de tecidos sintéticos e muito justas. Além disso, não consumir antibióticos sem necessidade, evitar o uso contínuo de absorventes internos, cuidar da higiene íntima, preferir o uso de papel higiênico branco e sem perfume, usar camisinha em todas as relações sexuais, bem como realizar as consultas preventivas periodicamente e seguir as recomendações do médico.
Ter uma rotina saudável e sem estresse também é fundamental para manter o sistema imunológico fortalecido. Algumas mudanças no cardápio podem prevenir a infecção e colaborar para acelerar o tratamento.

Dicas de alimentação para ajudar a previnir infecções por Cândida:
O que evitar
– Açúcares e carboidratos refinados e simples como biscoitos, arroz branco, macarrão e pão branco. Além de nutrir a Cândida, o doce modifica o pH intestinal.
Vinho, cerveja e outras bebidas fermentadas pela ação dos fungos. Enquanto estiver com candidíase, todos os alimentos que contém fungos devem ficar de fora do cardápio, como cogumelos, vinagres e produtos que o incluem (ketchup, mostarda, azeitona e picles) e massas com fermento biológico (pão, pizza e torta).
-Alimentos ácidos, como arroz polido (branco), bebidas alcoólicas, café, doces (chocolates, bolos, tortas, sorvete, bala, adoçados com açúcar), refrigerantes normais e todos os cereais refinados.
Os probióticos são excelentes para a saúde intestinal e global do organismo, cabe ao médico receitar o melhor. Já a cebola e o alho são ótimos no combate tanto da Cândida quanto de outros parasitas, e devem ser consumidos na forma crua ou em suplementos de óleo ou extrato de alho.
Uma alimentação equilibrada, com muita salada nas refeições, que são excelentes para a saúde intestinal, ajuda no controle da candidíase. A folha verde escura tem muitas fibras que auxiliam na fermentação das boas bactérias, mantém o pH do intestino adequado e, por consequência, controla os fungos”.

Ao perceber qualquer destes sintomas procure um ginecologista.

Fonte: 

Rosa MI, Rumel D. Fatores associados à candidíase vulvovaginal: estudo exploratório. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2004;26(1):65-70. Site Bayer.

DIU e SIU, tire suas duvidas !

 

Você sabe o que é DIU e como funciona?

DIU é um dispositivo em forma de “T” inserido no interior da cavidade uterina. É um bom método de contracepção com baixo índice de falhas, o DIU pode ser sem hormônio ou com hormônio.

Os não hormonais, podem ser de cobre (CU) ou prata (AG) quanto menor quantidade de cobre, menos cólicas e fluxo menstrual mais ameno. Dependendo do DIU a validade é de 3 a 5 anos.

Hormonais: SIU Sistema intrauterino

O SIU é um sistema intrauterino em forma de “T” que, após a inserção, libera hormônio levonorgestrel. Pode ser usado para contracepção (prevenção da gravidez), menorragia (sangramento, menstrual excessivo) e para proteção contra hiperplasia endometrial. Excelente método para adolescentes que não desejam menstruar.

Como o SIU funciona?

O hormônio é liberado pelo SIU de forma constante e em quantidade baixas (20mcg por 24 horas). Uma pequena parte é absorvida pelo organismo. A dose hormonal do SIU é a mais baixa quando comparada a todos os outros métodos hormonais disponíveis.

Qual é o melhor momento para o médico colocar o DIU ou SIU?

O melhor momento para a inserção deve ser avaliado individualmente pelo seu médico, e somente deve ser realizada quando se pode excluir com segurança a possibilidade de gravidez.

Onde a inserção do SIU ou DIU deve ser realizada?

A inserção é um procedimento simples que pode ser realizado no consultório médico na maior parte das vezes. Eventualmente pode-se optar por realizar a inserção em ambiente hospitalar com administração de anestésicos. Cabe ao médico avaliar casa a caso.

O procedimento para inserção ou retirada do DIU ou SIU é doloroso?

Em geral, o procedimento de inserção é muito bem tolerado e dura poucos minutos, e o de remoção é ainda mais simples e rápido. No ato da inserção pode ocorrer leve sensação de desconforto pélvico, tipo cólica menstrual. Logo após a inserção, também podem ocorrer algumas cólicas, em virtude da adaptação do útero com o DIU/SIU. Em condições normais, estas dores tendem a desaparecer em pouco tempo. Em relação a remoção, a sensação de desconforto leve pode ocorrer nas primeiras horas. Em todas estas situações e, somente se o médico julgar apropriado, medicamentos analgésicos podem ser indicados.

O uso de técnicas de colocação corretas e esterilizadas ajuda  a prevenir complicações.

O SIU vai causar acne?

Provavelmente não. Muitas vezes as pílulas combatem ou reduzem a acne, ao parar de tomar as mesmas pode-se notar uma piora da pele. Em algumas mulheres mesmo níveis baixos de hormônio sendo absorvidos podem causar algum efeito, menos de 10% das usuárias do SIU-LNG relatam o surgimento de acne e nesses casos ela costuma ser leve e melhorar com o tempo de uso do produto.

O SIU engorda?

Não. Diversos estudos que compararam mulheres que usam i SIU ou o DIU de cobre (que não contém nenhum hormônio) não demonstraram diferenças ao longo dos 5 anos de uso.

O SIU causa dor de cabeça?

Provavelmente não. A dose hormonal que é absorvida pelo organismo quando se usa o SIU é muito baixa, assim é pouco provável que seja suficiente para causar dor de cabeça.

Meu ciclo menstrual mudará com o SIU?

Provavelmente!

Durante o período de 3 a 6 meses, seu ciclo menstrual poderá se tornar irregular. Você também poderá observar manchas ou leve sangramento. Após seu corpo se adaptar, o número de dias de sangramento deverá diminuir e 50% das usuárias pararão completamente enquanto o SIU for utilizado. Isso não será prejudicial a seu corpo. O restante das mulheres poderá esperar uma redução gradual no número de dias de sangramento e na quantidade de sangue perdido a cada mês.

Com que frequência devo consultar meu médico após a inserção do DIU ou SIU?

Após colocar o DIU ou SIU, deverá ser realizada uma consulta em período de 4 a 12 semanas para verificar a posição correta. Posteriormente, é recomendado que se realize retornos anuais ou mais frequentes se for clinicamente indicado por seu médico.

Posso amamentar durante o uso do SIU?

Pode-se amamentar durante o uso do produto. Não há qualquer efeito deletério sobre o crescimento ou desenvolvimento do recém-nascido quando se usa qualquer método contendo apenas progestagênio, 6 semanas após o parto. Métodos contendo apenas progestagênio geralmente não afetam afetar a quantidade ou a qualidade do leite materno.

O DIU/SIU pode me proteger do HIV ou DSTs?

Não. O DIU/SIU não fornece proteção contra HIV ou outra DSTs. Os únicos métodos que oferecem proteção contra DSTs são métodos de barreira (camisinha feminina e masculina).

 

Rejuvenescimento Íntimo ou Vaginal

A atrofia vaginal é uma condição subestimada e um tabu que pode causar sofrimento em muitas mulheres. Com o passar dos anos ocorre uma queda dos níveis de estrogênio e glicogênio, causando uma mudança drástica na pele da vagina, diminuindo a espessura da pele e a elasticidade. Causando um ressecamento vaginal, flacidez, alterações de Ph, dor, ardor, aumento de infecções vaginais, disúria (dor ao urinar), dispareunia (dor no ato sexual) e incontinência urinária (perda de urina).  

Nos últimos anos o tratamento para tais queixas evoluiu, podendo ser realizado com o Laser de CO2, o MonaLisa Touch, a aplicação não dura mais do que 15 minutos e é indolor, ocorrendo apenas leve sensação de calor.  

Indicações de Laser Vaginal de CO2 (MonaLisa Touch) em Ginecologia: 

  • Mulheres que apresentam atrofia vulvovaginal (pós-menopausa e pós-parto); 
  • Síndrome genitourinária da menopausa; 
  • Pacientes pós-câncer de mama que não podem fazer o uso de hormônios; 
  • Pacientes com risco de câncer ginecológico e doenças sistêmicas crônicas, pacientes que apresentam contraindicações para terapia hormonal; 
  • Incontinência urinária leve onde não haja indicação cirúrgica ou cistocele; 
  • Associado a cirurgia de Sling pré e pós-operatório (No caso de pré-operatório realizar 1 sessão 1 mês antes da cirurgia). Não tem nenhum problema em relação ao material da tela cirúrgica. 
  • Laser para tratar lesões de HPV (Papiloma Vírus Humano). 

O MonaLisa Touch é um tratamento realizado por meio de um Laser de CO2 fracionado. Concebido e disponibilizado pelo laboratório italiano da DEKA, é um tratamento seguro, minimamente invasivo, com aplicação da luz laser de CO2 na parede vaginal, este age na lâmina própria (corresponde a derme da nossa pele), vaporizando a água intracelular, por efeito térmico, o que leva a uma resposta inflamatória, estimulando a formação de fibras de colágeno, reticulares e elásticas. Pela sua afinidade com a água ocorre uma proteção dos orgãos nobres próximos a vagina. Promove o alívio dos sintomas da síndrome genitourinária da menopausa e aumenta a lubrificação vaginal e a elasticidade das paredes vaginais. Podemos incluir entre os sintomas que melhoram com esse tratamento: cistites recorrentes, lubrificação da parede, dor durante a relação sexual e ressecamento vaginal, melhorando a qualidade de vida geral e sexual. Dentre outros benefícios relatados encontram-se melhora do prurido (coceira) vulvar e vaginal, ardor, corrimento e odor causados pelo aumento do Ph vaginal, devido à menopausa.  

O tratamento consiste em duas a três aplicações, dependendo do grau de atrofia e da resposta de cada paciente, com intervalos de 30 a 40 dias. A manutenção é anual, porém pode variar de acordo com os sintomas de cada paciente.  

Contraindicações de Laser Vaginal de CO2 (MonaLisa Touch): 

  • Gestantes; 
  • Mulheres com doenças sexualmente transmissíveis (DST); 
  • Inflamações da Vulva e vagina;
  • Mulheres que apresentam citologia de colo uterino alterada; 

No mundo atual, onde a expectativa de vida torna-se cada vez mais longa, a mulher independente da idade, merece ter uma vida sexual ativa e saudável. Vamos usar os avanços da tecnologia a nosso favor.