Dra Luciara Batista — Ginecologista e Obstetra

ISTs – Infecções Sexualmente Transmissíveis: principais tipos, sintomas e tratamentos

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As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) são originárias de bactérias, vírus e outros microorganismos que podem ser contraídos em relações sexuais com parceiros infectados sem o uso de preservativos; através da transmissão vertical, ou seja, passar de mãe para filho, durante a gestação, parto ou amamentação; transfusão de sangue e compartilhamento de seringas, agulhas ou outros objetos cortantes que devem ser de uso individual, como alicates de cutículas. 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os índices destas infecções têm crescido consideravelmente, principalmente entre jovens. Isso ocorre por eles serem mais descuidados quanto à prevenção e o sexo seguro, tornado-os mais propensos ao contágio.

Quando não diagnosticadas e tratadas adequadamente, essas doenças podem ocasionar problemas graves e até levar à morte.

Antigamente o termo utilizado era Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), mas a nomenclatura ISTs foi adotada com o objetivo de chamar atenção e conscientizar a população sobre a possibilidade de transmitir a infecção mesmo que o indivíduo não apresente nenhum de sintoma. 

Principais ISTs e seus sintomas

Há diferentes tipos de infecções sexualmente transmissíveis. Algumas podem ser observadas pelo surgimento de lesões ou outras alterações na região genital, mas há as que só são detectadas através de exame de sangue. As mais comuns são:

Herpes genital:  causada pelo vírus do herpes simples (HSV), esta infecção provoca lesões nos órgãos genitais masculinos e femininos e no seu entorno.  Quando adquirido, o vírus permanece para sempre no organismo da pessoa, devido o seu poder de multiplicação, e pode se manifestar em diversos momentos, ou permanecer inativo. 

Costuma causar coceiras, formigamentos, ardor, bolhas e pequenas feridas. Existe tratamento para controlar a doença, mas não há cura.

HPV (Papilomavírus Humano): esta doença é caracterizada por um vírus que infecta a pele ou mucosas tanto de homens quanto de mulheres. A transmissão ocorre por contato direto com a pele ou mucosa infectada, não necessariamente apenas por relações sexuais. Também pode ser transmitido  de mãe para filho no momento do parto (transmissão vertical). Considerada a IST mais comum, a infecção pode provocar verrugas nos órgãos genitais, ânus ou na pele envolta e, dependendo do vírus, pode causar câncer no colo uterino, vulva, vagina e pênis.

Tipos de HPV que apresentam risco de desenvolver o câncer – Existe HPV de baixo e alto risco de desenvolver câncer. Existem 12 tipos que são de alto risco (HPVs tipos 16,18,31,33,35,39,45,51, 52, 56, 58, e 59), que têm probabilidades maiores de persistirem e estarem associados a lesões pré-cancerígenas.

Os HPVs de tipo 16 e 18 são os que causam a maioria dos casos de câncer de colo do útero e ânus, causam também câncer de vulva e vagina. Os HPVs de tipo 6 e 11, encontrados na maioria das verrugas genitais, parecem não oferecer nenhum risco de progressão para malignidade.

Sinais e sintomas – A infecção por HPV não apresenta sintomas na maioria das pessoas. Em alguns casos, o HPV pode ficar latente de meses a anos, e se manifestar quando o indivíduo estiver com baixa imunidade, desencadeando a multiplicação do HPV é o aparecimento de lesões, como verrugas que podem ser únicas ou múltiplas. Em mulheres, principalmente nas adolescentes, tem resolução espontânea, em um período de até 24 meses.

Diagnóstico – Pode ser:

  • Clínico: exame ginecológico e urológico
  • Laboratorial:citopatológico do colo do útero (papanicolau), colposcopia, vulvoscopia., anuscopia, biópsias.

O tratamento deve ser individualizado. Pode ser químico, cirúrgico, estimuladores da imunidade, crioterapia e laser.

Prevenção – A vacina contra o HPV é a medida mais eficaz. É distribuída gratuitamente pelo SUS e é indicada para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos; pessoas com HIV; pessoas transplantadas de 9 a 26 anos. O uso de preservativo (camisinha) masculino ou feminino nas relações sexuais é outra forma de prevenção do HPV.

Gonorréia: proveniente da bactéria Neisseria Gonorrhoeae, a gonorréia afeta também ambos os sexos, podendo apresentar sintomas 24h ou cinco dias após a relação sexual desprotegida. 

Na maioria dos casos, ela é assintomática, mas quando aparece costuma dar coceira, secreção, inchaço, corrimento, incômodos e ardor ao urinar. Dores ou sangramentos durante a relação sexual também podem ocorrer nas mulheres.

Geralmente pessoas com esse tipo de infecção testam positivo para outros tipos de ISTs como clamídia. O tratamento é com antibióticos. 

Clamídia: na maioria dos casos, a clamídia afeta pessoas de faixa etária entre 15 e 24 anos e não apresenta sintomas. Entretanto, o contágio pode ocorrer, mesmo assim, através do contato sexual. O tratamento envolve uso de antibióticos e os sintomas incluem corrimento amarelado, dores ao urinar e durante a relação sexual, bem como sangramento espontâneo. Já nos homens os sinais mais comuns são ardência ao urinar, dor nos testículos e corrimento com a presença de secreção na uretra.

A clamídia, se não tratada de maneira adequada, pode provocar infertilidade, dores crônicas na região pélvica, gravidez nas trompas, complicações na gestação e aumentar os riscos de contaminação e transmissão do HIV. O tratamento é com antibióticos, Doxaciclina ou Azitromicina.

Sífilis: é uma infecção curável e pode se manifestar em três diferentes estágios. Na fase primária, ínguas na região da virilha podem aparecer, bem como feridas nos órgãos genitais (pênis, vulva, vagina e ânus), que surgem e desaparecem espontaneamente. 

Já a secundária, a pessoa sente mal-estar, febre, dores de cabeça, manchas e ínguas em variadas partes do corpo. Diferente da terciária, que além de apresentar lesões na pele, compromete também o sistema nervoso central e cardiovascular, inflamando a aorta e, se não tratada corretamente, é capaz de levar o paciente à morte. 

O risco de transmissão é maior quando se está nas duas primeiras etapas da doença e o tratamento é feito com antibióticos.

Hepatite B: esta infecção precisa de atenção, por ser uma doença silenciosa que geralmente só é descoberta quando está muito evoluída. Dificilmente apresenta sintomas, mas os mais frequentes são cansaço, tontura, náuseas, vômitos, febre, dores abdominais e musculares,  alteração no apetite, urina escura, fezes claras e amarelamento da pele e olhos. Geralmente, esses sinais aparecem seis meses após a infecção.

Além de medicamentos para tratar a doença, existem vacinas para preveni-la.

AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida): é causada pelo vírus HIV, que ataca o sistema imunológico, deixando o paciente mais propício a contrair outras doenças, e não tem cura. Na maioria das vezes, os primeiros sintomas passam despercebidos por serem parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. 

Em casos mais graves, com as células de defesa já enfraquecidas, o organismo passa a ficar mais vulnerável a infecções. Os sinais são manifestados através de febre, diarreia, emagrecimento do indivíduo e suores noturnos. Com a imunidade cada vez menor, o estágio mais grave desta infecção é atingida devido a outras doenças se aproveitarem da fraqueza do organismo. 

Neste caso, a Profilaxia de Pré-Exposição ao HIV (PrEP – sigla em inglês Pre-Exposure Prophylaxis), com o uso de antirretrovirais (ARV), disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é um excelente estratégia para impedir a multiplicação desta enfermidade no organismo. Saiba mais sobre este assunto no artigo Como prevenir IST. O que é PrEP?

De maneira geral, o método mais eficaz para prevenir estas infecções é usar preservativos (masculinos ou femininos) em todas as relações sexuais.
Como cada IST tem a sua particularidade, só o profissional saberá diagnosticar e realizar o tratamento mais adequado. Portanto, se identificar algum sinal ou sentir qualquer desconforto, procure imediatamente seu médico.

Como evitar a candidíase e outras infecções no verão

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No verão, os banhos de piscina, mar ou qualquer outra forma de aliviar o calor são mais frequentes. Também é comum permanecer com as roupas de banho molhadas por longos períodos, o que facilita o surgimento de infecções vaginais como a candidíase.

Ela é o tipo mais comum, porém o calor cria as condições perfeitas para a proliferação de diversos microorganismos, deixando a região íntima úmida e abafada e facilitando o aumento de fungos e bactérias que causam outros problemas como:

Leucorreia anormal: quando há aumento no volume da secreção vagianal e presença de mal cheiro.

Vaginose bacteriana: caracteriza-se pelo desequilíbrio da flora vaginal. É causada sobretudo pela bactéria Gardnerella Vaginalis.

Infecções urinárias: são aquelas que atingem o sistema urinário (uretra, bexiga e rins).

Além da temperatura, o uso de roupas apertadas ou de tecido grosso, como as calças jeans, também pode facilitar o processo.

Sintomas de infecção

Independente da causa da infecção vaginal, os sintomas relacionados são desagradáveis e causam desconforto à mulher. Fique de olho nos seguintes sinais:

  • Dor no baixo ventre;
  • Ardor ou dor ao urinar;
  • Coceira na vulva;
  • Dor durante as relações sexuais;
  • Corrimento alterado (podendo ou não haver mal cheiro);
  • Vermelhidão.

Dicas para evitar infecções vaginais

Para não sofrer com este incômodo tão frequente no verão, é fundamental fazer uma higiene íntima correta e seguir essas dicas: 

  • Evite ficar longos períodos com o biquíni molhado;
  • Leve sempre uma calcinha seca na bolsa para trocar;
  • Dê preferência às calcinhas de algodão, que deixam a pele respirar;
  • Prefira roupas de tecidos leves para manter a região íntima ventilada. Vestidos e saias são peças ideais;
  • Durma sem calcinha sempre que possível.

O acompanhamento periódico é fundamental para manter a saúde íntima não só durante o verão, mas ao longo de todo o ano. Ao observar qualquer sintoma ou desconforto procure um ginecologista.

Tipos de absorvente: qual o melhor para você?

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O ciclo menstrual faz parte da vida de toda mulher e cada uma encontra seu próprio jeito de lidar com a tensão pré-menstrual (TPM) e métodos contraceptivos.

Outra escolha muito particular é a do absorvente. Ele é um dos elementos chave da higiene íntima, e atualmente existem diferentes opções para o período.

Veja abaixo os principais disponíveis no mercado.

Absorvente externo

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Podemos dizer que este é o absorvente mais tradicional. Pode ser encontrado em qualquer farmácia ou supermercado e há muitas marcas e modelos diferentes.

Geralmente são feitos de algodão com uma camada plástica e adesiva que serve tanto para fixá-lo na calcinha quanto para impedir que o sangue menstrual manche a roupa.

Alguns dispõem ainda de tecnologias que aumentam a capacidade de absorção e oferecem a chamada “cobertura seca”, que minimiza a sensação de umidade na vulva.

Nesta modalidade também existem os protetores diários, menores e menos densos, que devem ser evitados. Eles não permitem que a região íntima fique ventilada, proporcionando a proliferação de bactérias e fungos.

Absorvente interno

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Também conhecido como tampão, é uma das opções mais discretas para usar durante a menstruação, principalmente para momentos de lazer como a ida à praia ou piscina.

São pequenos tubos de algodão que devem ser colocados no interior da vagina. Algumas mulheres sentem desconforto ou têm dificuldade para introduzir ou retirar o absorvente interno.

Dependendo do volume de fluxo, recomenda-se utilizá-lo em conjunto com o absorvente externo ou protetor diário, pois uma parte do sangue pode vazar e sujar a calcinha.

Absorvente ecológico

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Este tipo tem relação com as primeiras formas que a mulher encontrou de conter o fluxo menstrual e era amplamente utilizado antes da invenção dos absorventes descartáveis.

Trata-se de um produto lavável, feito de uma camada externa impermeável e outra interna, de tecido de algodão. Pode ser lavado e reutilizado, assim, gera menos lixo e agride menos o meio ambiente. O fato de sua matéria prima ser o algodão ajuda a manter a região íntima mais arejada.

Calcinha absorvente

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É uma calcinha especial composta por três camadas de tecido: uma interna por onde o fluxo passa e não volta, evitando  o contato direto com a pele; uma intermediária, onde o sangue fica armazenado e uma externa, de material impermeável para que o fluxo não vaze.

Além do aspecto ecológico, por ser lavável e reutilizável, ela costuma trazer mais conforto e comodidade pois se ajusta melhor ao corpo.

Coletor menstrual

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O coletor ou copinho menstrual é outra alternativa de uso , uma ótima opção para substituir o absorvente durante a menstruação. É confortável, econômico e ecologicamente correto.

Trata-se de um pequeno recipiente de silicone flexível que deve ser colocado no interior da cavidade vaginal.

A higienização é mais prática que a dos absorventes e calcinhas reutilizáveis, e a proliferação de bactérias costuma ser menor porque o sangue não fica em contato direto com a pele.

Como escolher?

Por serem utilizadas numa região naturalmente quente e úmida, todas as alternativas, em alguma medida, oferecem risco de infecção por bactérias ou fungos.

Para evitar é preciso fazer uma higiene íntima correta e trocar o absorvente (ou esvaziar o coletor) a cada quatro horas, independe do volume de sangue retido.

A escolha é muito pessoal e depende de qual opção te deixa mais à vontade, confortável e combina com seu estilo de vida. Você pode usar tipos diferentes no início ou no final da menstruação.

Antes de decidir é ideal conhecer bem o seu corpo e tirar as dúvidas com seu ginecologista.

Quando ir ao ginecologista?

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O acompanhamento com o ginecologista é fundamental para a saúde da mulher, desde a adolescência até a terceira idade. O ideal é que este contato tenha início a partir da primeira menstruação.

Ao contrário do que muitos pensam, o trabalho deste profissional não está restrito somente à sexualidade e reprodução feminina. Muitas vezes, é o ginecologista que identifica questões emocionais, metabólicas e problemas como obesidade, por exemplo, pois está atento à saúde e questões hormonais da mulher como um todo.

Infelizmente, muitas mulheres ainda não colocam a saúde em primeiro lugar. Uma pesquisa da Febrasgo – Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia revelou que 20% das mulheres acima de 16 anos não vão ao ginecologista com frequência.

Além disso, 4% das entrevistadas nem se lembram se foram ao especialista ou não, quando o ideal é ir ao consultório para um check-up geral ao menos uma vez por ano.

Consulta periódica

Mesmo que a mulher se considere saudável, é fundamental fazer uma consulta anual com o ginecologista, independente de sua idade. Este atendimento é muito importante para a prevenção de diversos problemas de saúde.

Em casos específicos, principalmente com a chegada da menopausa, pode ser necessário diminuir este intervalo. Também é fundamental fazer o autoexame das mamas sempre sete dias após o início da menstruação ou em dias alternados a cada mês (após a menopausa).

Entre os exames de rotina os principais são:

Papanicolau: popularmente conhecido como preventivo, é o exame realizado para detectar alterações nas células do colo do útero e lesões precursoras do câncer de colo do útero.

Mamografia: É indicada para o diagnóstico precoce do câncer de mama. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e a Febrasgo recomendam a mamografia anual para mulheres a partir de 40 anos de idade. Tal medida difere das recomendações atuais do Ministério da Saúde, que preconiza o rastreamento bianual, a partir dos 50 anos, na ausência de fatores de risco.

Quando há a necessidade de realização destes exames eles devem ser previamente comunicados e explicados detalhadamente à paciente, e nunca podem ser feitos sem seu consentimento. 

Além disso, independente do médico ser homem ou mulher, os exames só devem ser realizados com a presença de uma assistente e com a paciente coberta.

Muitas mulheres ainda  têm vergonha de ir ao ginecologista, mas a relação entre médico e paciente, em qualquer momento da vida, deve ser absolutamente respeitosa e acolhedora. E quando existe confiança, é com esse profissional que a mulher conversa sobre suas dores, angústias, sonhos e desejos.

Problemas tratados pelo ginecologista

Entre os problemas que podem ser diagnosticados e tratados pelo ginecologista podemos citar:

Também cabe ao ginecologista orientar a mulher sobre o uso de contraceptivos e planejamento familiar.

Tudo que você precisa saber sobre clareamento íntimo

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O clareamento íntimo vem sendo cada vez mais procurado por mulheres que buscam aumentar o bem-estar e ficar mais à vontade com o próprio corpo.

A coloração da região íntima geralmente não está relacionada à saúde física da mulher, mas tem muita influência sobre sua autoestima e autoconfiança.

O que causa o escurecimento da região íntima?

A pele da região íntima, principalmente nas virilhas, é bastante sensível e pode sofrer alterações de cor e textura em decorrência de mudanças hormonais, depilação frequente, atrito, uso de calcinhas apertadas e calças muito justas.

O atrito constante em um local de dobra úmido causa hiperpigmentação da pele. Para se proteger, a pele cria uma camada espessa que vai escurecendo com o passar dos anos.

Essas mudanças podem ocorrer também na região entre a vagina e o ânus (períneo) e na fenda entre os dois glúteos (sulco interglúteo).

Uma higiene íntima adequada e o ato de secar bem a área também ajudam a manter a pele mais sedosa e uniforme.

Como é feito o clareamento íntimo?

A utilização do laser trouxe ao cuidado íntimo um novo leque de possibilidades, ajudando as mulheres a fazer as pazes com o próprio corpo e recuperar a autoestima e a segurança na sexualidade.

O escurecimento da região íntima pode ser incômodo, mas é possível reverter essa condição. Com os avanços da tecnologia médica, o laser se tornou uma opção eficaz e minimamente invasiva para resolver o problema.

O clareamento íntimo a laser é um tratamento é rápido, indolor e traz resultados muito satisfatórios. São necessárias três sessões principais e uma de manutenção, de acordo com as particularidades de cada paciente. O intervalo recomendado entre uma e outra é de 30 a 40 dias.

Como o laser age na pele no clareamento íntimo?

A aplicação de laser na região escurecida da pele remove a camada superficial do tecido e, ao mesmo tempo, estimula a produção de colágeno na camada mais interna (derme).

O resultado é uma melhor cicatrização e produção de colágeno na região tratada, melhorando também a flacidez no local.

Quem pode fazer clareamento íntimo?

O procedimento pode ser realizado tanto em mulheres mais jovens quanto nas mais maduras. É importante passar por uma avaliação médica, mas de forma geral não há contraindicações.

Vale lembrar que o clareamento íntimo deve ser realizado com um profissional qualificado, e ninguém melhor que um ginecologista para cuidar da sua região íntima.

Autoestima e estilo de vida após o câncer de mama

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Após um tratamento de câncer de mama, principalmente quando há necessidade de realizar a remoção parcial ou total da mama, é comum que as mulheres tenham dificuldade em aceitar o próprio corpo, o que afeta sua feminilidade e autoestima.

Ambas são aspectos muito importantes não só para a autoimagem, mas também para voltar a sentir-se bem consigo mesmas e terem uma vida sexual ativa e saudável.

Nos últimos anos a medicina tem avançado cada vez mais no que se refere ao tratamento do câncer de mama. Quanto mais precocemente a doença for diagnosticada, maiores são as chances de cura e menos agressivo o tratamento.

O autoexame da mamas é a primeira forma de identificar possíveis nódulos, que são o principal sintoma do câncer de mama. Para investigar as alterações,  exames de imagem podem ser recomendados, como ultrassonografia, ressonância magnética e o mais utilizado que é a mamografia.

O Ministério da Saúde preconiza que a mamografia de rastreamento deve ser realizada por mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois anos. Quando há suspeita da doença, é realizada uma mamografia diagnóstica que pode ser feita em qualquer idade, seguindo as orientações médicas.

O exame é indispensável para auxiliar no diagnóstico precoce da doença, mas a confirmação de câncer de mama é feita em laboratório pelo exame histopatológico (biópsia).

A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomenda que a mamografia seja realizada anualmente a partir dos 40 anos de idade.

O tratamento adotado dependerá muito do estágio da doença, tipo de tumor e condições da paciente. As modalidades de tratamento do câncer de mama podem ser divididas em:

  • Tratamento local: cirurgia e radioterapia.
  • Tratamento sistêmico: quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica.

Um novo estilo de vida

O câncer de uma maneira geral é uma doença multifatorial, portanto não existem medidas que possam garantir com total segurança a prevenção da doença.

Mas existem ações que podem diminuir os riscos e são chamadas de fatores protetores que implicam um estilo de vida mais saudável. Isso inclui: praticar atividade física; ter uma alimentação balanceada, manter o peso corporal adequado, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo e evitar terapias de reposição hormonal sem orientação médica.

Após vencer um câncer, além destes cuidados, é necessário continuar o acompanhamento médico e realizar os exames sempre que solicitado. 

Recuperando a autoestima após um câncer de mama

A atenção ao aspecto psicológico é fundamental desde o momento em que a mulher recebe o diagnóstico do câncer de mama até o pós-tratamento, pois a ajudará a lidar melhor com a emoções, sentimentos, medos e transformações desse período.

A recuperação da autoestima passa pelo cuidado com a saúde mental, apoio dos familiares e minimização das sequelas, como a reconstrução da mama, quando necessário e se a mulher desejar.

A Lei N° 9797/99 dá à mulher o direito de realizar pelo SUS uma cirurgia de reconstrução mamária. O procedimento é indicado nos casos em que há necessidade de mastectomia,  mas cabe à mulher tomar essa decisão.

Cinco doenças mais comuns no útero

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Ir ao ginecologista regularmente é fundamental para a saúde da mulher e o ideal é que este hábito tenha início ainda na primeira menstruação. É importante fazer o monitoramento das condições de saúde íntima principalmente com o início da atividade sexual, pois a relação pode ser uma forma de contágio por diversas doenças.

O recomendado é fazer a consulta periódica pelo menos uma vez por ano, mesmo que a mulher se considere saudável, pois este atendimento proporciona a prevenção de problemas de saúde, é uma oportunidade para tirar dúvidas e para que o médico analise sinais e sintomas e solicite exames caso seja necessário.

Entre eles podemos citar o Papanicolau,  popularmente conhecido como preventivo. É o exame citopatológico realizado para detectar alterações nas células do colo do útero e lesões precursoras do câncer.

Principais doenças que ocorrem no útero e colo do útero

A presença de dores, mudanças no ciclo menstrual e alterações na coloração e odor da secreção vaginal podem indicar a presença de problemas no útero.

Vamos citar aqui cinco das principais doenças que acometem o aparelho reprodutor feminino. São elas: 

Infecção por HPV: O Papiloma vírus humano (HPV) é contraído principalmente por meio de relações sexuais, mas o contágio também pode acontecer através de contato de pele com a área infectada, transmissão vertical (da mãe para o bebê) e, em casos muito raros, pelo compartilhamento de roupas íntimas ou toalhas.

Quem contrai o HPV pode desenvolver verrugas genitais e outras lesões na vulva, vagina, colo do útero e ânus, que se não tratadas, podem evoluir para um câncer ginecológico. 

Mioma uterino: são tumores benignos no útero. Dependendo do tamanho e região do útero onde encontra-se, pode causar sangramento e dor e aumento do volume uterino.

Na maioria dos casos os miomas são múltiplos e atingem cerca de 50% das mulheres, a maioria de pele negra. Seu surgimento pode ser influenciado pela obesidade e alterações hormonais.

Endometriose: a endometriose é uma doença crônica em que o tecido que normalmente reveste a parte interior do útero (endométrio) cresce em outras áreas do corpo. Mais de 2 milhões de casos são registrados por ano no Brasil.

A doença apresenta sintomas como irregularidades no período menstrual, fortes dores locais, menstruação intensa e dolorosa (dismenorréia). Dependendo do grau da endometriose pode causar infertilidade. 

Adenomiose: caracteriza-se pela presença de pequenas porções avulsas de endométrio entre a camada muscular do útero (miométrio) e o seu revestimento interno, levando ao aumento do volume uterino, sangramento, dor pélvica e até infertilidade.

Câncer de colo do útero: Este é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (atrás do câncer de mama e do cólon e reto), e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil, segundo dados do INCA – Instituto Nacional do Câncer.

O câncer de colo do útero é uma doença silenciosa e praticamente assintomática, no seu estágio inicial. Em estágio mais avançado pode apresentar sangramento intermitente ou após a relação sexual e secreção vaginal anormal.

Por que mulheres têm mais infecção urinária?

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A infecção urinária acontece quando bactérias acometem o trato urinário, ela pode ser de três tipos: uretrite (uretra), cistite (bexiga) ou pielonefrite (rins). 

Sua causa deriva de diferentes microorganismos, mas na maioria dos casos está relacionada à bactéria  Escherichia coli, que faz parte da microbiota intestinal.

A mulher tem 50 vezes mais chance de ter o problema do que o homem. Essa alta frequência acontece devido à facilidade das bactérias migrarem da região perineal para a vulva e à proximidade da vagina com a uretra, facilitando a chegada dos germes até a bexiga.

As relações sexuais, variações de níveis de estrogênio (principalmente na menopausa) e alterações na flora vaginal também facilitam o processo infeccioso.

Sintomas de infecção urinária

Os principais sintomas são:

  • Ardência ao urinar;
  • Sentir vontade mas não conseguir urinar;
  • Urgência miccional (ir ao banheiro toda hora);
  • Urina avermelhada ou com sangue;
  • Urina com alterações de cheiro;
  • Dores no baixo ventre;
  • Febre, quando acomete os rins.

Quando a infecção se instala nos rins provoca também dor nas costas e pode ser confundida com lombalgia. No entanto, a pielonefrite também costuma desencadear calafrios, apatia, cansaço e prostração.

Infecção urinária de repetição

Algumas mulheres passam por este problema com muita frequência, cerca de três, quatro, até cinco vezes por ano. Nestes casos, além de tratar a infecção já instalada é necessário adotar medidas preventivas que podem incluir o uso de medicação.

Como prevenir a Infecção Urinária

O primeiro passo para prevenir o surgimento de uma infecção urinária é beber bastante água. Recomenda-se pelo menos 2 litros por dia, mas essa necessidade pode variar de acordo com o clima e realização de atividades físicas, por exemplo.

Outra forma de prevenir é ir ao banheiro sempre que sentir vontade. O hábito de prender a urina faz com que as bactérias fiquem por mais tempo concentradas no trato urinário, dando a elas mais chance de afetar as condições de saúde.

Também é importante fazer a higiene íntima corretamente, usar o papel higiênico sempre no sentido de frente para trás (da vulva para o ânus) e urinar logo após a relação sexual.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico inicial é feito através da análise do histórico da paciente e relato dos sintomas. No entanto é fundamental fazer uma cultura (exame de urina) para identificar o tipo de microorganismo que está causando o problema.

O tratamento geralmente é feito com antibióticos, mas deverá sempre ser orientado pelo médico.

TPM, você sabe o que é?

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A síndrome Pré-Menstrual (SPM), também conhecida como tensão pré-menstrual (TPM) é um distúrbio crônico que ocorre antes da menstruação e desaparece logo após o seu início.

A TPM caracteriza-se por uma combinação de sintomas físicos, psicológicos e comportamentais que interferem de forma negativa nas relações Interpessoais da mulher.

Os sintomas são considerados normais quando não interferem no dia a dia, ou seja, mesmo apresentando esses sintomas a mulher consegue desenvolver suas atividades diárias normalmente.

Quando há interferência na rotina, impedindo a mulher de trabalhar e sair de casa, por exemplo, pode ser um caso de Síndrome Disfórica Menstrual. Esta síndrome também é conhecida como Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM), é uma forma grave da síndrome pré-menstrual. 

Sintomas frequentes da TPM

As alterações incluem sintomas psicológicos, físicos e comportamentais que geralmente desaparecem com o início da menstruação. Os principais são:

Sintomas Psicológicos: Oscilação de humor, ansiedade, irritabilidade, depressão, sentimento de desvalia, insônia ou aumento da sonolência, diminuição da memória, confusão, concentração diminuída e distração.

Sintomas Físicos: Mastalgia (dor nas mamas), cefaleia (dor de cabeça), enxaqueca, aumento do volume abdominal e sensação de fadiga, dores generalizadas, aumento de peso, fogachos (ondas de calor), tonturas, náuseas e palpitações.

Sintomas Comportamentais: Mudança nos hábitos alimentares, aumento do apetite, avidez por alimentos específicos como doces ou comidas salgadas, não participação em atividades sociais ou profissionais, maior permanência em casa, aumento do consumo de álcool e aumento ou diminuição da libido.

Diagnóstico da TPM

A TPM deve ser diferenciada de outros sintomas psiquiátricos que apenas se acentuam no período pré-menstrual e outras doenças como hipotireoidismo ou hipertireoidismo.

É necessário a presença de um ou mais sintomas afetivos ou somáticos  durante os 5 dias antes da menstruação em cada 1 de 3 ciclos menstruais prévios.

O ideal é que a mulher realize diários por 2 a 3 meses consecutivos, relatando os sintomas para o médico poder realizar o diagnóstico.

Tratamento da TPM

O tratamento deve ser individualizado, iniciando com intervenções no estilo de vida, como:

Dieta: ingerir mais fibras, carboidratos complexos (batata doce, arroz integral), diminuir a ingestão de gorduras saturadas, evitar alimentos salgados por poderem produzir retenção de líquido e consequente desconforto.

Bebidas como café, chá e à base de cola também devem ser evitadas, pois são estimulantes, podendo agravar  a irritabilidade, tensão e insônia.

Exercícios físicos: Várias evidências reforçam que o exercício aeróbico pode elevar os níveis de endorfinas e com isso melhorar o humor.

Vitaminas: Alguns estudos sugerem que a Vitamina B6 (piridoxina) tem efeito benéfico e também os suplementos com cálcio.

Anticoncepcional oral (pílula): A pílula contendo drospirenona parece ser efetiva para tratar os sintomas.

Antidepressivos: apresentam uma taxa de melhora de 60 a 90% dos sintomas. Os mais usados são citalopram, fluoxetina, paroxetina, sertralina e venlafaxina. A sua utilização deve ser avaliada pelo médico.

Você pode viver melhor!

Ciclo menstrual e período fértil

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O ciclo menstrual acompanha as mulheres durante grande parte da sua vida, mas nem todas têm facilidade em administrar as mudanças de humor, cólicas, fluxo e período fértil.

Uma pesquisa da Febrasgo – Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, mostrou que mais da metade das mulheres não gostam de menstruar.

No entanto, conhecer o próprio corpo e as características do seu ciclo, além de ir ao ginecologista regularmente é fundamental para lidar de forma mais tranquila com a menstruação.

Fases do ciclo menstrual

Todo mês o corpo feminino se prepara para a gravidez e, se ela não ocorre, a membrana interna do útero (endométrio) passa por uma descamação que é eliminada através do fluxo menstrual. 

O ciclo menstrual dura em média 28 dias, mas pode variar de 21 a 35 dias. O período deve ser contado do dia em que a mulher menstrua até o dia anterior à próxima menstruação e se divide em quatro fases:

Menstruação: é o período de descida do fluxo, em que o corpo expulsa o tecido uterino que se desprendeu, juntamente com sangue. Dura, em média, de 3 a 6 dias.

Fase proliferativa ou folicular: nessa fase os hormônios estimulam o crescimento dos folículos dos ovários e a preparação do endométrio para receber o óvulo fecundado. Ocorre entre a menstruação e a ovulação.

Ovulação: geralmente ocorre na metade do ciclo e marca o período fértil. Nessa fase do ciclo o óvulo é liberado pelo ovário e segue até as trompas para ser fecundado e chega ao útero, onde se implanta. 

Ocorre normalmente no meio do ciclo, mas não é uma regra absoluta. É difícil calcular o período fértil em casos de menstruação irregular.

Fase lútea ou secretora: começa logo após a ovulação. Ocorrem alterações endometriais (parte interna do útero) visando a implantação do embrião.

Quando não acontece a gestação, o corpo lúteo regride e, paralelamente, ocorre a descamação endometrial (menstruação), e assim começa um novo ciclo.

Características do período fértil

O período fértil é a fase em que a mulher tem maior probabilidade de engravidar, quando não faz uso de métodos contraceptivos. É muito importante saber identificar a fase de ovulação, principalmente quando deseja engravidar.

Além de fazer o acompanhamento de todo o ciclo, recomenda-se estar atenta a alguns sinais que o corpo dá quando se inicia o período fértil:

  • A vagina apresenta uma secreção transparente e sem cheiro, que pode ser bem líquida ou um pouco mais espessa, como clara de ovo.
  • A mudança hormonal promove um leve aumento da temperatura corporal.
  • Da mesma forma, os hormônios aumentam a libido e a mulher fica mais disposta ao sexo.
  • Pode ocorrer algum desconforto no baixo ventre, parecido com cólicas menstruais.

Distúrbios do ciclo menstrual

Padrões normais de sangramento: Os padrões normais para a menstruação são:

  • Quantidade: perda sanguínea em torno de 40 ml (25 – 70 ml);
  • Duração: 2 a 7 dias de fluxo;
  • Frequência dos fluxos: entre 24 e 35 dias.

O mais importante é a queixa da mudança de padrão pois, em geral, uma paciente apresenta os mesmos parâmetros durante toda a sua vida reprodutiva.

Padrões anormais de sangramento: Os distúrbios do ciclo menstrual provocam instabilidades nesse período e causam preocupação entre as mulheres. Eles apresentam-se em forma de sangramento anormal ou alterações de padrão. Essas irregularidades podem vir como:

Polimenorréia: sangramento uterino em intervalo inferior a 24 dias;

Oligomenorréia: sangramento uterino em intervalo superior a 35 dias;

Menorragia: volume maior que 80 ml ou sangramento por mais de 7 dias.

Metrorragia: sangramento com intervalos irregulares, com volume e duração variáveis.

Menometrorragia: sangramento prolongado ocorrendo em intervalos irregulares.

Sangramento de escape, intermenstrual ou spotting: sangramento uterino de pequeno volume precedente ao ciclo menstrual regular.

Se o seu ciclo menstrual apresentar alguma alteração,seja ela no tempo de duração ou no fluxo, o ideal é conversar sobre isso com seu ginecologista. A consulta ginecológica é o melhor lugar para tirar suas dúvidas!