Dra Luciara Batista — Ginecologista e Obstetra

Autoestima e estilo de vida após o câncer de mama

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Após um tratamento de câncer de mama, principalmente quando há necessidade de realizar a remoção parcial ou total da mama, é comum que as mulheres tenham dificuldade em aceitar o próprio corpo, o que afeta sua feminilidade e autoestima.

Ambas são aspectos muito importantes não só para a autoimagem, mas também para voltar a sentir-se bem consigo mesmas e terem uma vida sexual ativa e saudável.

Nos últimos anos a medicina tem avançado cada vez mais no que se refere ao tratamento do câncer de mama. Quanto mais precocemente a doença for diagnosticada, maiores são as chances de cura e menos agressivo o tratamento.

O autoexame da mamas é a primeira forma de identificar possíveis nódulos, que são o principal sintoma do câncer de mama. Para investigar as alterações,  exames de imagem podem ser recomendados, como ultrassonografia, ressonância magnética e o mais utilizado que é a mamografia.

O Ministério da Saúde preconiza que a mamografia de rastreamento deve ser realizada por mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois anos. Quando há suspeita da doença, é realizada uma mamografia diagnóstica que pode ser feita em qualquer idade, seguindo as orientações médicas.

O exame é indispensável para auxiliar no diagnóstico precoce da doença, mas a confirmação de câncer de mama é feita em laboratório pelo exame histopatológico (biópsia).

A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomenda que a mamografia seja realizada anualmente a partir dos 40 anos de idade.

O tratamento adotado dependerá muito do estágio da doença, tipo de tumor e condições da paciente. As modalidades de tratamento do câncer de mama podem ser divididas em:

  • Tratamento local: cirurgia e radioterapia.
  • Tratamento sistêmico: quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica.

Um novo estilo de vida

O câncer de uma maneira geral é uma doença multifatorial, portanto não existem medidas que possam garantir com total segurança a prevenção da doença.

Mas existem ações que podem diminuir os riscos e são chamadas de fatores protetores que implicam um estilo de vida mais saudável. Isso inclui: praticar atividade física; ter uma alimentação balanceada, manter o peso corporal adequado, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo e evitar terapias de reposição hormonal sem orientação médica.

Após vencer um câncer, além destes cuidados, é necessário continuar o acompanhamento médico e realizar os exames sempre que solicitado. 

Recuperando a autoestima após um câncer de mama

A atenção ao aspecto psicológico é fundamental desde o momento em que a mulher recebe o diagnóstico do câncer de mama até o pós-tratamento, pois a ajudará a lidar melhor com a emoções, sentimentos, medos e transformações desse período.

A recuperação da autoestima passa pelo cuidado com a saúde mental, apoio dos familiares e minimização das sequelas, como a reconstrução da mama, quando necessário e se a mulher desejar.

A Lei N° 9797/99 dá à mulher o direito de realizar pelo SUS uma cirurgia de reconstrução mamária. O procedimento é indicado nos casos em que há necessidade de mastectomia,  mas cabe à mulher tomar essa decisão.