Dra Luciara Batista — Ginecologista e Obstetra

Gravidez após os 40: o que você precisa saber?

A gravidez é um estado especial para a mulher por representar a realização mais sublime da feminilidade, mas apesar de toda emoção e sentimentos envolvidos nessa fase requer cuidados com a saúde, principalmente quando ocorre após os 40 anos..

Há diversas transformações físicas e psicológicas ocorrendo neste período, pois a cada semana um novo estágio no desenvolvimento do bebê se inicia e há um turbilhão de mudanças hormonais que podem alterar a saúde da mulher.

Mas com a evolução da medicina  de uma forma geral e da própria obstetrícia, a gestação em mulheres acima da idade considerada ideal para a reprodução tem sido cada vez mais segura e as possíveis complicações podem ser minimizadas. 

Devido ao estilo de vida da sociedade atual, grande parte das mulheres prioriza o investimento em seus estudos, na construção da carreira, na estabilidade financeira e emocional. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) as brasileiras têm ido no que seria a contramão do relógio biológico ao aguardar a chegada dos 30 anos para serem mães. 

Como resultado dessa nova organização quanto à cronologia de escolhas, o desejo pela maternidade torna-se um planejamento adiado. Esse novo olhar sobre o processo de gestação faz com que haja o crescimento expressivo da gravidez após os 40 anos, inclusive em muitos casos trata-se da vinda do primeiro filho.

Após os 40 anos os riscos na gestação aumentam? 

A gravidez, seja ela em qualquer período da vida, fértil pode levar a complicações. Porém, mulheres gestantes acima dos 40 anos são consideradas de alto risco devido a uma propensão maior a manifestações de doenças preexistentes como hipertensão e diabetes, por exemplo, o que ocasiona uma gestação mais delicada. 

Entretanto, com o avanço da medicina houve uma diminuição dos riscos graves, desde que as consultas mensais de pré-natal e os cuidados adequados orientados pelo médico sejam seguidos à risca.

Após os 40 anos a reserva de óvulos produzida pelo ovário diminui consideravelmente, ou seja, há uma chance menor de engravidar, porém, é extremamente possível a fecundação de forma natural.

Se houver dificuldade de casais para engravidar neste período específico existem outros meios viáveis, assim como, a reprodução assistida que consiste em um conjunto de técnicas que objetivam a tentativa de viabilizar a gestação através de métodos que são divididos em dois grupos, o da inseminação artificial e o da fertilização in vitro. 

Benefícios da gestação após os 40 anos 

A chegada de um bebê traz imensa alegria a uma família, e quando essa nova fase da vida tem início aos 40 anos carrega benefícios que refletem no nível de maturidade fisiológica e mental. Temos como exemplos:

  • Melhoria nas habilidades mentais; 
  • Alimentação mais saudável; 
  • Estabilidade profissional e econômica; 
  • Equilíbrio mental e emocional.

O olhar amadurecido faz com que, na maioria das vezes, estas mulheres já estejam muito bem resolvidas com sua vida profissional e financeira, o que proporciona a garantia de uma gravidez bem assistida e um conforto tanto para a mãe quanto para o bebê.

Importância do obstetra para a saúde da gestante

obstetra

O obstetra é um profissional vital em qualquer gestação, pois ele é responsável não só por realizar o parto, mas também pelos cuidados com a mãe e com o bebê ao longo de toda a gravidez. Sendo assim, é inegável a importância desse especialista.

Em primeiro lugar, é importante esclarecer uma dúvida muito comum: ginecologista e obstetra são a mesma coisa? A resposta é muito simples: ambos são médicos com conhecimento aprofundado em saúde da mulher e o sistema reprodutor feminino.

No entanto, quem atua somente na ginecologia foca seu trabalho nos cuidados com a saúde  da mulher não grávida, enquanto os que se dedicam de maneira especial à obstetrícia estão mais voltados a acompanhar o processo da gravidez e o desenvolvimento do feto. Mas é muito comum que, assim como eu, os médicos dedicados a estas especialidades atendam tanto as grávidas para o acompanhamento pré-natal quanto mulheres em consultas de rotina.

Por que o obstetra é tão importante para a gestante?

A gravidez é uma fase de muitas dúvidas, ansiedade, mistura de sentimentos e é fundamental que a mulher receba  assistência adequada. Portanto, a presença do obstetra é indispensável para:

Acompanhamento ao longo da gestação: Durante o período do pré-natal, o médico solicita diferentes tipos de exames que podem identificar problemas com o bebê que está em formação e também alterações na saúde da mãe, como eclâmpsia ou diabetes gestacional. 

Orientação: O obstetra também tem um papel de grande importância na orientação da mãe quanto aos cuidados consigo e com o bebê. Ele vai explicar quais são as mudanças esperadas na gestação, tanto físicas quanto emocionais, tirar dúvidas, etc.

Prescrição de medicação: alguns medicamentos são essenciais durante a gravidez, como os indicados na suplementação vitamínica, são fundamentais para prevenir a malformação do tubo neural da criança. O médico deve não apenas prescrever, mas também orientar como a gestante deve proceder no caso de medicações anteriores à gravidez, especialmente as de uso contínuo.

Redução da taxa de mortalidade: Um pré-natal bem feito, com o acompanhamento de um obstetra, consegue salvar inúmeras vidas pois reduz as taxas de mortalidade da mãe e da criança.

Por exemplo, existe uma doença que afeta as gestantes e que, na maioria das vezes, não apresenta qualquer sinal ou sintoma: a Toxoplasmose. A contaminação da mãe leva a uma gestação de alto risco, principalmente se o bebê ainda está entre a 10ª e a 24ª semana e pode desenvolver diversos problemas no bebê como cegueira, retardo mental, má-formação e outros.

Parto seguro: normalmente, o obstetra que fez o acompanhamento durante o pré-natal é o mesmo que realiza o parto, o que dá muito mais segurança e tranquilidade à mulher e diminui as chances de imprevistos.

Acompanhamento no puerpério: Esse é o nome que se dá ao período dos primeiros dias logo após o parto, em que a mãe precisa de maiores cuidados. Afinal de contas, a saúde do bebê depende também da saúde da mãe. 

Viu como o papel do obstetra é de fundamental importância para a gestante, o bebê e, consequentemente, toda a família? Siga todas as orientações do seu médico e qualquer sinal ou sintoma fora do comum, comunique-o. Marque agora mesmo a sua consulta com o obstetra e cuide bem da sua saúde e da saúde do seu bebê!

Toxoplasmose na gravidez

toxoplasmose

A gravidez é um momento muito importante para toda mulher. Por conta disso, diversos cuidados devem ser tomados para garantir a saúde da nova mamãe e do bebê e um deles é a prevenção da toxoplasmose. Sua infecção não apresenta sintomas na grande maioria dos casos, porém está associada a grande morbidade durante a gestação.

O agente etiológico, o protozoário Toxoplasma gondii, é um parasita com ciclo biológico de duplo hospedeiro. O gato é o hospedeiro definitivo. Outros mamíferos e aves são hospedeiros intermediários, abrigando o ciclo proliferativo.

O Toxoplasma apresenta três estágios principais de desenvolvimento. Os taquizoítos causam lesão tecidual na infecção aguda, com multiplicação rápida. Os bradizoítos formam os cistos teciduais persistindo no hospedeiro por muitos anos. Os esporozoítos são as formas eliminadas nas fezes dos felinos.

A transmissão da toxoplasmose pode ocorrer pela ingestão de oocistos por contato direto com fezes de gato ou manipulação de água ou alimentos contaminados. Também pode ocorrer por ingestão de cistos teciduais em carnes cruas, principalmente ovina  e suína.

Pode ocorrer, também, a transmissão vertical transplacentária. Esta ocorre quando a mulher apresenta infecção aguda durante a gestação. 

Os taquizoítos infectam e se multiplicam na placenta, chegando a circulação fetal. Outra forma de transmissão seria a reativação da doença em gestantes com infecção crônica pelo toxoplasma e imunossuprimidas.

Apesar de, na maioria das vezes, ser assintomática, a toxoplasmose pode levar a uma gravidez de alto risco por apresentar graves problemas para o feto, principalmente se a contaminação ocorrer no período entre 10ª a 24ª semanas, quando o bebê ainda está em processo de crescimento, havendo a possibilidade de:

  • Má-formação;
  • Microcefalia;
  • Macrocefalia;
  • Retardo mental;
  • Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor;
  • Surdez;
  • Cegueira;
  • Aborto. 

Toxoplasmose congênita

As seguintes alterações podem ser encontradas no feto: ventriculomegalia, microcefalia, calcificações intracranianas, hepatoesplenomegalia, ascite, catarata, hidropsia e intestino ecogênico. O quadro clínico é encontrado em um terço dos casos e a ausência de alterações ultrassonográficas não exclui a doença.

A maioria dos recém-nascidos, não apresentam sintomas ao nascimento. As sequelas na grande parte das crianças afetadas são tardias, sendo a mais comum retinocoroidite que acomete até 70% dos infectados.

Diagnóstico

O Ministério da Saúde preconiza o rastreamento sorológico durante o pré-natal, no primeiro, segundo e terceiro trimestres, nas gestantes suscetíveis a doença. Ele é realizado com os testes imunoenzimáticos (ELISA) para a detecção de IgG e IgM contra Toxoplasma gondii.

Devido à grande taxa de falsos-positivos do ELISA para IgM, pode-se realizar também a sorologia confirmatória pela pesquisa de IgM por imunofluorescência indireta (IFI).

São  gestantes suscetíveis (IgM e IgG negativos) e gestantes imunes (IgG positivo e IgM negativo). Além dessas, pode ocorrer soroconversão, quando uma gestante suscetível apresenta no seguimento sorológico IgM e IgG positivos.

Quando a gestante apresentar IgM e IgG positivos na primeira sorologia, pode-se tratar de uma infecção aguda ou crônica, pois o IgM pode permanecer positivo por mais de um ano após a infecção. 

Nesse caso, é necessário realizar o teste de avidez de IgG. A presença de anticorpos de alta avidez é sugestivo de doença há mais de 12 semanas.

A transmissão vertical é confirmada pela realização de amniocentese entre 17 e 32 semanas, realizando-se a pesquisa do DNA do toxoplasma por PCR no líquido amniótico. Indicado em todos os casos de soroconversão materna ou sinais ultrassonográficos de Infecção fetal.

Profilaxia e tratamento

Toda a gestante que apresentar toxoplasmose  aguda deve usar espiramicina para reduzir o risco de transmissão vertical. Em gestantes suscetíveis com quadro clínico sugestivo de doença aguda, rash cutâneo e/ou linfadenomegalia, deve ser solicitada sorologia e introduzida espiramicina até a confirmação diagnóstica.

A profilaxia é realizada com Espiramicina 500mg (1.500.000 UI) 2 comprimidos a cada 8 horas. Deve ser iniciada na suspeita diagnóstica e mantida até o parto. Se descartada a infecção aguda, a profilaxia pode ser suspensa.

Gestantes imunes devem receber profilaxia nos casos de imunossupressão, como nas portadoras do HIV. Nestes casos há risco de reativação da doença com possível transmissão vertical. Essas pacientes devem ser avaliadas individualmente, de acordo com a contagem de linfócitos CD4.

Na presença de infecção fetal confirmada pelo procedimento invasivo,  o tratamento com sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico deve ser iniciado e mantido até o parto. O tratamento é contra-indicado no primeiro trimestre, devendo ser iniciado a partir de 15 semanas.

– Sulfadiazina 500mg, 2 comprimidos VO a cada 8 horas

– Pirimetamina 25mg, 1 comprimido VO a cada 12 horas

– Ácido folínico 15mg, 1 comprimido VO ao dia

Quando a soroconversão ocorrer a partir de 32 semanas, quando não está indicado o procedimento invasivo, o tratamento deve ser iniciado mesmo sem a confirmação da infecção fetal, devido ao alto risco de transmissão vertical.

Durante o tratamento é necessário realizar o controle materno com hemograma a cada duas semanas. Devido a alta toxicidade das drogas utilizadas há risco de alterações como anemia megaloblástica, e nesses casos o tratamento deve ser suspenso e substituído pela profilaxia com Espiramicina.

A avaliação fetal, deve ser realizada com controle ultrassonográfico a cada quinze dias, pesquisando sinais de anemia fetal como a hidropsia. Além disso, aconselha-se a avaliação de vitalidade fetal.

Cuidados para evitar a toxoplasmose na gravidez

Assim como toda doença, a toxoplasmose pode ser evitada. Para isso,  a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, Febrasgo, recomenda:

  • Não comer carne crua ou malpassada;
  • Dar preferência às carnes congeladas;
  • Não comer ovos crus ou malcozidos;
  • Beber água filtrada;
  • Usar luvas para manipular alimentos e carnes cruas;
  • Não usar a mesma faca para cortar carnes, vegetais e frutas;
  • Lavar bem frutas, verduras e legumes;
  • Evitar contato com gatos e com tudo que possa estar contaminado com suas fezes;
  • Alimentar gatos domésticos com rações comerciais;
  • Fazer limpeza diária com água fervente do recipiente em que os gatos depositam suas fezes;
  • Usar luvas ao manusear a terra ou jardim.

Importante lembrar, que o peixe não faz parte do ciclo reprodutivo do parasita toxoplasma gondii, portanto, gestantes que gostam de comida japonesa, inclusive peixe cru, podem fazer a ingestão desse alimento.

ISTs – Infecções Sexualmente Transmissíveis: principais tipos, sintomas e tratamentos

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As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) são originárias de bactérias, vírus e outros microorganismos que podem ser contraídos em relações sexuais com parceiros infectados sem o uso de preservativos; através da transmissão vertical, ou seja, passar de mãe para filho, durante a gestação, parto ou amamentação; transfusão de sangue e compartilhamento de seringas, agulhas ou outros objetos cortantes que devem ser de uso individual, como alicates de cutículas. 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os índices destas infecções têm crescido consideravelmente, principalmente entre jovens. Isso ocorre por eles serem mais descuidados quanto à prevenção e o sexo seguro, tornado-os mais propensos ao contágio.

Quando não diagnosticadas e tratadas adequadamente, essas doenças podem ocasionar problemas graves e até levar à morte.

Antigamente o termo utilizado era Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), mas a nomenclatura ISTs foi adotada com o objetivo de chamar atenção e conscientizar a população sobre a possibilidade de transmitir a infecção mesmo que o indivíduo não apresente nenhum de sintoma. 

Principais ISTs e seus sintomas

Há diferentes tipos de infecções sexualmente transmissíveis. Algumas podem ser observadas pelo surgimento de lesões ou outras alterações na região genital, mas há as que só são detectadas através de exame de sangue. As mais comuns são:

Herpes genital:  causada pelo vírus do herpes simples (HSV), esta infecção provoca lesões nos órgãos genitais masculinos e femininos e no seu entorno.  Quando adquirido, o vírus permanece para sempre no organismo da pessoa, devido o seu poder de multiplicação, e pode se manifestar em diversos momentos, ou permanecer inativo. 

Costuma causar coceiras, formigamentos, ardor, bolhas e pequenas feridas. Existe tratamento para controlar a doença, mas não há cura.

HPV (Papilomavírus Humano): esta doença é caracterizada por um vírus que infecta a pele ou mucosas tanto de homens quanto de mulheres. A transmissão ocorre por contato direto com a pele ou mucosa infectada, não necessariamente apenas por relações sexuais. Também pode ser transmitido  de mãe para filho no momento do parto (transmissão vertical). Considerada a IST mais comum, a infecção pode provocar verrugas nos órgãos genitais, ânus ou na pele envolta e, dependendo do vírus, pode causar câncer no colo uterino, vulva, vagina e pênis.

Tipos de HPV que apresentam risco de desenvolver o câncer – Existe HPV de baixo e alto risco de desenvolver câncer. Existem 12 tipos que são de alto risco (HPVs tipos 16,18,31,33,35,39,45,51, 52, 56, 58, e 59), que têm probabilidades maiores de persistirem e estarem associados a lesões pré-cancerígenas.

Os HPVs de tipo 16 e 18 são os que causam a maioria dos casos de câncer de colo do útero e ânus, causam também câncer de vulva e vagina. Os HPVs de tipo 6 e 11, encontrados na maioria das verrugas genitais, parecem não oferecer nenhum risco de progressão para malignidade.

Sinais e sintomas – A infecção por HPV não apresenta sintomas na maioria das pessoas. Em alguns casos, o HPV pode ficar latente de meses a anos, e se manifestar quando o indivíduo estiver com baixa imunidade, desencadeando a multiplicação do HPV é o aparecimento de lesões, como verrugas que podem ser únicas ou múltiplas. Em mulheres, principalmente nas adolescentes, tem resolução espontânea, em um período de até 24 meses.

Diagnóstico – Pode ser:

  • Clínico: exame ginecológico e urológico
  • Laboratorial:citopatológico do colo do útero (papanicolau), colposcopia, vulvoscopia., anuscopia, biópsias.

O tratamento deve ser individualizado. Pode ser químico, cirúrgico, estimuladores da imunidade, crioterapia e laser.

Prevenção – A vacina contra o HPV é a medida mais eficaz. É distribuída gratuitamente pelo SUS e é indicada para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos; pessoas com HIV; pessoas transplantadas de 9 a 26 anos. O uso de preservativo (camisinha) masculino ou feminino nas relações sexuais é outra forma de prevenção do HPV.

Gonorréia: proveniente da bactéria Neisseria Gonorrhoeae, a gonorréia afeta também ambos os sexos, podendo apresentar sintomas 24h ou cinco dias após a relação sexual desprotegida. 

Na maioria dos casos, ela é assintomática, mas quando aparece costuma dar coceira, secreção, inchaço, corrimento, incômodos e ardor ao urinar. Dores ou sangramentos durante a relação sexual também podem ocorrer nas mulheres.

Geralmente pessoas com esse tipo de infecção testam positivo para outros tipos de ISTs como clamídia. O tratamento é com antibióticos. 

Clamídia: na maioria dos casos, a clamídia afeta pessoas de faixa etária entre 15 e 24 anos e não apresenta sintomas. Entretanto, o contágio pode ocorrer, mesmo assim, através do contato sexual. O tratamento envolve uso de antibióticos e os sintomas incluem corrimento amarelado, dores ao urinar e durante a relação sexual, bem como sangramento espontâneo. Já nos homens os sinais mais comuns são ardência ao urinar, dor nos testículos e corrimento com a presença de secreção na uretra.

A clamídia, se não tratada de maneira adequada, pode provocar infertilidade, dores crônicas na região pélvica, gravidez nas trompas, complicações na gestação e aumentar os riscos de contaminação e transmissão do HIV. O tratamento é com antibióticos, Doxaciclina ou Azitromicina.

Sífilis: é uma infecção curável e pode se manifestar em três diferentes estágios. Na fase primária, ínguas na região da virilha podem aparecer, bem como feridas nos órgãos genitais (pênis, vulva, vagina e ânus), que surgem e desaparecem espontaneamente. 

Já a secundária, a pessoa sente mal-estar, febre, dores de cabeça, manchas e ínguas em variadas partes do corpo. Diferente da terciária, que além de apresentar lesões na pele, compromete também o sistema nervoso central e cardiovascular, inflamando a aorta e, se não tratada corretamente, é capaz de levar o paciente à morte. 

O risco de transmissão é maior quando se está nas duas primeiras etapas da doença e o tratamento é feito com antibióticos.

Hepatite B: esta infecção precisa de atenção, por ser uma doença silenciosa que geralmente só é descoberta quando está muito evoluída. Dificilmente apresenta sintomas, mas os mais frequentes são cansaço, tontura, náuseas, vômitos, febre, dores abdominais e musculares,  alteração no apetite, urina escura, fezes claras e amarelamento da pele e olhos. Geralmente, esses sinais aparecem seis meses após a infecção.

Além de medicamentos para tratar a doença, existem vacinas para preveni-la.

AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida): é causada pelo vírus HIV, que ataca o sistema imunológico, deixando o paciente mais propício a contrair outras doenças, e não tem cura. Na maioria das vezes, os primeiros sintomas passam despercebidos por serem parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. 

Em casos mais graves, com as células de defesa já enfraquecidas, o organismo passa a ficar mais vulnerável a infecções. Os sinais são manifestados através de febre, diarreia, emagrecimento do indivíduo e suores noturnos. Com a imunidade cada vez menor, o estágio mais grave desta infecção é atingida devido a outras doenças se aproveitarem da fraqueza do organismo. 

Neste caso, a Profilaxia de Pré-Exposição ao HIV (PrEP – sigla em inglês Pre-Exposure Prophylaxis), com o uso de antirretrovirais (ARV), disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é um excelente estratégia para impedir a multiplicação desta enfermidade no organismo. Saiba mais sobre este assunto no artigo Como prevenir IST. O que é PrEP?

De maneira geral, o método mais eficaz para prevenir estas infecções é usar preservativos (masculinos ou femininos) em todas as relações sexuais.
Como cada IST tem a sua particularidade, só o profissional saberá diagnosticar e realizar o tratamento mais adequado. Portanto, se identificar algum sinal ou sentir qualquer desconforto, procure imediatamente seu médico.

Disfunção sexual feminina

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A sexualidade é um aspecto muito importante para a saúde, relacionamento e autoestima feminina. Porém, a mulher não está livre de sofrer com alguma disfunção sexual, que muitas vezes pode ser mal interpretada pelo parceiro ou por ela mesma.

Esse transtorno pode ser causado por aspectos físicos, psicológicos ou multifatoriais, e acabam fazendo com que a relação sexual não seja prazerosa e afete o bem-estar e qualidade de vida de muitas mulheres.

Identificar este problema nem sempre é uma tarefa fácil, por isso é fundamental contar com o acompanhamento do seu ginecologista, ser sincera ao relatar suas dificuldades e confiar nas orientações dele.

Anatomia feminina

O primeiro passo para uma sexualidade saudável é conhecer o próprio corpo. Isso inclui entender a anatomia da sua região íntima (localização do clitóris, os pequenos lábios, o orifício da uretra e o intróito vaginal); bem como compreender que áreas do seu corpo são mais sensíveis ao toque do parceiro, o que te agrada ou incomoda.

Também é fundamental que a mulher saiba como funciona seu ciclo menstrual, estar bem informada sobre métodos contraceptivos e infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

Assim ela será mais segura de si mesma e terá facilidade para identificar que há algo de errado, caso apresente um quadro de disfunção sexual.

Principais distúrbios

As dificuldades sexuais femininas podem estar ligadas a condições físicas, como distúrbios hormonais; aspectos psicológicos, como depressão e ansiedade; uso de alguns medicamentos; relações conflituosas ou histórico de abuso; questões socioculturais como a predominância de machismo e a visão da sexualidade como um tabu ou desconhecimento das fases da resposta sexual: desejo, excitação e orgasmo. 

Independente do motivo (que o médico irá ajudar a identificar), sentir dor durante a relação, ausência de lubrificação, dificuldades para atingir o orgasmo, falta de desejo e outras questões são sintomas de problemas de saúde, e têm tratamento. Os mais comuns são: 

Dispareunia: é a dor na genitália durante a relação sexual.

Anorgasmia: é a dificuldade frequente ou ausência de orgarmos durante a relação sexual.

Desejo Sexual Hipoativo (DSH): falta de desejo e indisposição para o sexo que geralmente ocorre num processo gradativo, ou seja: não surge de uma hora para outra.

Compulsão sexual: é o desejo excessivo de fazer sexo, que atrapalha a mulher a levar uma rotina saudável, dificultando a concentração em suas atividades e afetando as relações sociais e familiares.

Vaginismo: é a contração involuntária dos músculos da entrada da vagina, dificultando ou impedindo a penetração e causando dor. Pode ocorrer desde a primeira relação (primário), depois de um determinado tempo (secundário) ou somente em algumas posições (terciário).

Transtorno de excitação: popularmente conhecido como frigidez, é um problema no qual a mulher tem dificuldade para sentir desejo ou ficar excitada ao ser estimulada. É um estado de apatia sexual.

Tratamento para disfunção sexual

O tratamento depende do tipo de disfunção sexual que a mulher apresenta. Na presença de fatores psicológicos envolvidos, é importante a abordagem de uma equipe multidisciplinar com ginecologista, psicoterapeuta e fisioterapeuta.

Abordar traumas na infância e/ou adolescência, é necessário, e o uso de medicações, como  anti-hipertensivos e antidepressivos, também pode causar diminuição da libido e anorgasmia.

As ISTs geralmente causam dispareunia, e são tratadas de forma eficaz com antibióticos.

Nos casos de  vaginismo o acompanhamento psicológico é importante, e aqui na clínica tenho utilizado um novo tratamento com bons resultados: a aplicação de Botox vaginal. A toxina botulínica paralisa a musculatura, impedindo a contração involuntária da vagina e facilitando a penetração no ato sexual.

Mulheres com dispareunia devido à atrofia e ressecamento vaginal podem ser tratadas com laser de CO2. O laser estimula a produção de colágeno, melhorando a lubrificação e elasticidade vaginal.

COVID-19 (coronavírus) e os cuidados na gestação e amamentação

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A pandemia do novo coronavírus, conhecido como COVID-19,  tem assustado muito a população mundial. Com o crescimento no número de infectados e óbitos, gestantes e lactantes estão cada vez mais preocupadas e apreensivas com a sua própria saúde e a de seus bebês.

Os cuidados devem ser tomados por todos, mas gestantes e mulheres em período de puerpério (logo após o parto), mesmo não fazendo parte do grupo de risco, devem ter cuidados redobrados, uma vez que são mais vulneráveis, devido algumas apresentarem imunidade baixa e serem mais propensas a adquirirem doenças virais.

As gestantes devem manter suas consultas de pré-natal. As que apresentam sintomas de gripe deverão ter seus procedimentos eletivos (consultas e exames de rotina) adiados em 14 dias, e quando necessário serem atendidas em local isolado das demais pacientes.

Todas as demais gestantes, que não apresentarem síndrome gripal, deverão ter preservado seu atendimento.

Há relatos de casos de mulheres grávidas e lactantes que adquiriram a doença e a evolução foi favorável em todos os casos, o que reforça as estatísticas de não haver nenhum caso de óbito, até o momento.   

No entanto, caso a mãe contraia a doença, não há necessidade de criar pânico, pois diferente do vírus da zika, não há indícios de má-formação no feto.

Como prevenir a infecção por coronavírus na gravidez

Embora não exista nenhum imunizante contra a doença, a forma mais eficaz para se prevenir é a gestante e lactante ficar em casa, evitando aglomerações e viagens e realizar constantemente a higiene necessária. Mas, caso precise sair por algum motivo:

  • Evite tocar olhos, nariz e boca sem lavar as mãos;
  • É importante que as mãos sejam lavadas com água e sabão com mais frequência por, pelo menos, 20 segundos. Toda superfície deve ser bem limpa, principalmente embaixo das unhas e entre os dedos;
  • Sempre repita o processo antes de cuidar do bebê;
  • Se não tiver fácil acesso a água e sabão, faça o uso do álcool em gel;
  • Troque de roupa e lave as mãos assim que chegar da rua;
  • A higiene também é indicada para antes de se alimentar;
  • Não compartilhe objetos de uso pessoal como toalhas, copos, garrafas, talheres e pratos;
  • Evite contato físico com pessoas que apresentem algum tipo de infecção respiratória, ambientes mal ventilados e aglomerações;
  • Ao tossir ou espirrar, cubra seu nariz e boca com a dobra do cotovelo;
  • Use lenço descartável para higiene nasal.

Em caso de visitas, dê preferência a receber brevemente apenas pessoas mais próximas e que não estejam com sintomas gripais.

Vale lembrar que manter uma alimentação saudável e sono adequado também é muito importante para que os níveis de imunidade se mantenham saudáveis.

Sintomas da COVID-19

Os sintomas do novo coronavírus em grávidas são os mesmo apresentados na população geral, semelhante a um resfriado:

Em casos mais leves:

  • Febre baixa;
  • Tosse seca;
  • Fadiga;
  • Dor muscular;
  • Dores de cabeça.

Em casos mais graves:

  • Dificuldades para respirar  ou síndrome respiratória aguda;
  • Febre alta, que não sede.

Caso apresente algum desses sinais, mantenha a calma. A gestante ou lactante só deve procurar ajuda médica ou ir ao hospital se apresentar falta de ar, febre que não melhora e tosse forte.É importante ressaltar que a mulher não deve se automedicar.

Se estiver doente, existe a possibilidade de contaminar o bebê?

Diante de pesquisas já realizadas na China e, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a transmissão vertical do coronavírus, ou seja, contágio da mãe direto para o filho, foi descartada, por não haver nenhum indício de contaminação através do líquido amniótico, pelo sangue do cordão umbilical ou aleitamento materno.

Por conta disso, mesmo infectadas, é importante que as lactantes não suspendam a amamentação, uma vez que é através deste meio que o bebê recebe anticorpos, se protege de infecções, fortalece o sistema imunológico e favorece o seu crescimento e desenvolvimento.

No entanto, para continuar com esse ato, é essencial que as mães tomem as seguintes precauções:

  • Lavar as mãos por, pelo menos, 20 segundos antes de tocar o bebê ou antes de retirar o leite materno.
  • Usar máscara facial (cobrindo completamente nariz e boca) durante as mamadas e evitar falar ou tossir durante a amamentação.

A máscara deve ser imediatamente trocada em caso de tosse ou espirro e a cada nova mamada. Cuide-se para cuidar do seu bebê! No caso de mais dúvidas, entre em contato com seu médico obstetra.

Gravidez de alto risco: características e cuidados necessários

Toda gravidez oferece algum risco, porém, quando não apresenta nenhuma complicação é classificada como gestação de risco habitual. Quando há características que podem pôr em perigo a saúde da mãe ou do bebê, ela é considerada uma gravidez de alto risco, o que requer alguns cuidados a mais.

O ideal é iniciar o acompanhamento pré-natal tão logo a gravidez seja confirmada, a fim de garantir um desenvolvimento saudável e seguro para a mãe e o bebê.

O que caracteriza uma gravidez de alto risco?

Em primeiro lugar é importante deixar claro que cabe somente ao obstetra avaliar e classificar se há algum risco incomum na gestação. Isso depende das características de cada mulher, mas alguns fatores podem contribuir para essa condição:

  • Histórico da mãe: mulheres que tenham passado por complicações em gestações anteriores ou mesmo que tenham histórico de gravidez de risco na família estão mais propensas a uma gestação de alto risco.
  • Estilo de vida: sedentarismo, obesidade, má alimentação, consumo de álcool, tabaco e outras drogas também podem prejudicar a saúde gestacional.
  • Hipertensão: tanto os casos de hipertensão crônica quanto aqueles desenvolvidos durante a gravidez podem interferir no crescimento do bebê e também na função renal da mãe. O quadro pode levar ao desenvolvimento de pré-eclâmpsia.
  • Diabetes: esta doença é causada por alterações no desempenho da insulina, sobrecarregando o pâncreas e gerando aumento da glicose no sangue. Pode ser um problema pré-estabelecido ou surgir durante a gravidez (diabetes gestacional).
  • Desenvolvimento do bebê: quando há alguma anormalidade no desenvolvimento do feto isso também pode caracterizar uma gestação de alto risco. Em caso de gravidez gemelar (mais de um bebê) também é necessário redobrar a atenção.

Cuidados necessário

Independente da classificação, alguns cuidados são fundamentais para o bem-estar de qualquer gestante. É importante que ela receba apoio de toda a família, pois seu corpo está passando por muitas mudanças.

O primeiro cuidado fundamental é iniciar o quanto antes o acompanhamento pré-natal, como já foi dito. Em segundo lugar é indispensável seguir as recomendações dadas pelo obstetra. Algumas mulheres precisam fazer repouso ou evitar algumas atividades físicas.

Também é indicado não tomar remédios sem orientação médica, suspender o consumo de álcool, tabaco, outras substâncias químicas e diminuir  a ingestão de cafeína.

Como evitar a candidíase e outras infecções no verão

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No verão, os banhos de piscina, mar ou qualquer outra forma de aliviar o calor são mais frequentes. Também é comum permanecer com as roupas de banho molhadas por longos períodos, o que facilita o surgimento de infecções vaginais como a candidíase.

Ela é o tipo mais comum, porém o calor cria as condições perfeitas para a proliferação de diversos microorganismos, deixando a região íntima úmida e abafada e facilitando o aumento de fungos e bactérias que causam outros problemas como:

Leucorreia anormal: quando há aumento no volume da secreção vagianal e presença de mal cheiro.

Vaginose bacteriana: caracteriza-se pelo desequilíbrio da flora vaginal. É causada sobretudo pela bactéria Gardnerella Vaginalis.

Infecções urinárias: são aquelas que atingem o sistema urinário (uretra, bexiga e rins).

Além da temperatura, o uso de roupas apertadas ou de tecido grosso, como as calças jeans, também pode facilitar o processo.

Sintomas de infecção

Independente da causa da infecção vaginal, os sintomas relacionados são desagradáveis e causam desconforto à mulher. Fique de olho nos seguintes sinais:

  • Dor no baixo ventre;
  • Ardor ou dor ao urinar;
  • Coceira na vulva;
  • Dor durante as relações sexuais;
  • Corrimento alterado (podendo ou não haver mal cheiro);
  • Vermelhidão.

Dicas para evitar infecções vaginais

Para não sofrer com este incômodo tão frequente no verão, é fundamental fazer uma higiene íntima correta e seguir essas dicas: 

  • Evite ficar longos períodos com o biquíni molhado;
  • Leve sempre uma calcinha seca na bolsa para trocar;
  • Dê preferência às calcinhas de algodão, que deixam a pele respirar;
  • Prefira roupas de tecidos leves para manter a região íntima ventilada. Vestidos e saias são peças ideais;
  • Durma sem calcinha sempre que possível.

O acompanhamento periódico é fundamental para manter a saúde íntima não só durante o verão, mas ao longo de todo o ano. Ao observar qualquer sintoma ou desconforto procure um ginecologista.

Tipos de absorvente: qual o melhor para você?

absorvente

O ciclo menstrual faz parte da vida de toda mulher e cada uma encontra seu próprio jeito de lidar com a tensão pré-menstrual (TPM) e métodos contraceptivos.

Outra escolha muito particular é a do absorvente. Ele é um dos elementos chave da higiene íntima, e atualmente existem diferentes opções para o período.

Veja abaixo os principais disponíveis no mercado.

Absorvente externo

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Podemos dizer que este é o absorvente mais tradicional. Pode ser encontrado em qualquer farmácia ou supermercado e há muitas marcas e modelos diferentes.

Geralmente são feitos de algodão com uma camada plástica e adesiva que serve tanto para fixá-lo na calcinha quanto para impedir que o sangue menstrual manche a roupa.

Alguns dispõem ainda de tecnologias que aumentam a capacidade de absorção e oferecem a chamada “cobertura seca”, que minimiza a sensação de umidade na vulva.

Nesta modalidade também existem os protetores diários, menores e menos densos, que devem ser evitados. Eles não permitem que a região íntima fique ventilada, proporcionando a proliferação de bactérias e fungos.

Absorvente interno

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Também conhecido como tampão, é uma das opções mais discretas para usar durante a menstruação, principalmente para momentos de lazer como a ida à praia ou piscina.

São pequenos tubos de algodão que devem ser colocados no interior da vagina. Algumas mulheres sentem desconforto ou têm dificuldade para introduzir ou retirar o absorvente interno.

Dependendo do volume de fluxo, recomenda-se utilizá-lo em conjunto com o absorvente externo ou protetor diário, pois uma parte do sangue pode vazar e sujar a calcinha.

Absorvente ecológico

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Este tipo tem relação com as primeiras formas que a mulher encontrou de conter o fluxo menstrual e era amplamente utilizado antes da invenção dos absorventes descartáveis.

Trata-se de um produto lavável, feito de uma camada externa impermeável e outra interna, de tecido de algodão. Pode ser lavado e reutilizado, assim, gera menos lixo e agride menos o meio ambiente. O fato de sua matéria prima ser o algodão ajuda a manter a região íntima mais arejada.

Calcinha absorvente

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É uma calcinha especial composta por três camadas de tecido: uma interna por onde o fluxo passa e não volta, evitando  o contato direto com a pele; uma intermediária, onde o sangue fica armazenado e uma externa, de material impermeável para que o fluxo não vaze.

Além do aspecto ecológico, por ser lavável e reutilizável, ela costuma trazer mais conforto e comodidade pois se ajusta melhor ao corpo.

Coletor menstrual

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O coletor ou copinho menstrual é outra alternativa de uso , uma ótima opção para substituir o absorvente durante a menstruação. É confortável, econômico e ecologicamente correto.

Trata-se de um pequeno recipiente de silicone flexível que deve ser colocado no interior da cavidade vaginal.

A higienização é mais prática que a dos absorventes e calcinhas reutilizáveis, e a proliferação de bactérias costuma ser menor porque o sangue não fica em contato direto com a pele.

Como escolher?

Por serem utilizadas numa região naturalmente quente e úmida, todas as alternativas, em alguma medida, oferecem risco de infecção por bactérias ou fungos.

Para evitar é preciso fazer uma higiene íntima correta e trocar o absorvente (ou esvaziar o coletor) a cada quatro horas, independe do volume de sangue retido.

A escolha é muito pessoal e depende de qual opção te deixa mais à vontade, confortável e combina com seu estilo de vida. Você pode usar tipos diferentes no início ou no final da menstruação.

Antes de decidir é ideal conhecer bem o seu corpo e tirar as dúvidas com seu ginecologista.

Quando ir ao ginecologista?

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O acompanhamento com o ginecologista é fundamental para a saúde da mulher, desde a adolescência até a terceira idade. O ideal é que este contato tenha início a partir da primeira menstruação.

Ao contrário do que muitos pensam, o trabalho deste profissional não está restrito somente à sexualidade e reprodução feminina. Muitas vezes, é o ginecologista que identifica questões emocionais, metabólicas e problemas como obesidade, por exemplo, pois está atento à saúde e questões hormonais da mulher como um todo.

Infelizmente, muitas mulheres ainda não colocam a saúde em primeiro lugar. Uma pesquisa da Febrasgo – Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia revelou que 20% das mulheres acima de 16 anos não vão ao ginecologista com frequência.

Além disso, 4% das entrevistadas nem se lembram se foram ao especialista ou não, quando o ideal é ir ao consultório para um check-up geral ao menos uma vez por ano.

Consulta periódica

Mesmo que a mulher se considere saudável, é fundamental fazer uma consulta anual com o ginecologista, independente de sua idade. Este atendimento é muito importante para a prevenção de diversos problemas de saúde.

Em casos específicos, principalmente com a chegada da menopausa, pode ser necessário diminuir este intervalo. Também é fundamental fazer o autoexame das mamas sempre sete dias após o início da menstruação ou em dias alternados a cada mês (após a menopausa).

Entre os exames de rotina os principais são:

Papanicolau: popularmente conhecido como preventivo, é o exame realizado para detectar alterações nas células do colo do útero e lesões precursoras do câncer de colo do útero.

Mamografia: É indicada para o diagnóstico precoce do câncer de mama. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e a Febrasgo recomendam a mamografia anual para mulheres a partir de 40 anos de idade. Tal medida difere das recomendações atuais do Ministério da Saúde, que preconiza o rastreamento bianual, a partir dos 50 anos, na ausência de fatores de risco.

Quando há a necessidade de realização destes exames eles devem ser previamente comunicados e explicados detalhadamente à paciente, e nunca podem ser feitos sem seu consentimento. 

Além disso, independente do médico ser homem ou mulher, os exames só devem ser realizados com a presença de uma assistente e com a paciente coberta.

Muitas mulheres ainda  têm vergonha de ir ao ginecologista, mas a relação entre médico e paciente, em qualquer momento da vida, deve ser absolutamente respeitosa e acolhedora. E quando existe confiança, é com esse profissional que a mulher conversa sobre suas dores, angústias, sonhos e desejos.

Problemas tratados pelo ginecologista

Entre os problemas que podem ser diagnosticados e tratados pelo ginecologista podemos citar:

Também cabe ao ginecologista orientar a mulher sobre o uso de contraceptivos e planejamento familiar.