Há inúmeros estudos que comprovam a importância e os benefícios da amamentação para a criança, especialmente nos primeiros seis meses de vida, idade recomendada pela Organização Mundial da Saúde e Ministério da Saúde para iniciar a introdução de outros alimentos, inclusive água.
No entanto ainda existe muita desinformação a respeito da amamentação, o que leva a baixos índices de alimentação exclusiva com leite materno.
Dados do Datasus (Departamento de Informática do SUS) divulgados pela FEBRASGO – Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, mostram a queda dos percentuais de aleitamento exclusivo no primeiro mês de vida (60,7% dos bebês) e ao completar 6 meses (apenas 9,3% dos bebês).
Produção do leite materno
As mamas são uma estrutura complexa cuja função biológica é produzir leite para amamentar os bebês. Nela estão presentes os lobos (glândulas) mamários, alvéolos (uma espécie de saquinho) e ductos (canais), responsáveis por produzir e armazenar o leite.
A lactogênese (formação do leite materno) é dividida em três fases:
- Fase I: preparação da mama durante a gestação através de mudanças hormonais. O organismo se adapta à nova condição da mulher, iniciando a formação do colostro (primeiro leite) após a 16ª semana de gravidez.
- Fase II: Ocorre logo após o nascimento da criança (de 3 a 4 dias) quando a produção láctea aumenta e ocorre a chamada “descida do leite”.
- Fase III: também denominada de galactopoiese, é a fase que irá perdurar por toda a lactação. Sua duração depende da sucção do bebê e esvaziamento adequado da mama.
À medida que a criança mama, os hormônios se articulam para produzir mais leite, mas o processo também é influenciado por estímulos condicionados como visão, cheiro e choro da criança, e fatores de ordem emocional, como motivação, autoconfiança e tranquilidade.
Mitos e verdades sobre amamamentação
As condições de saúde e, principalmente, a alimentação da mãe têm grande importância para a amamentação. Muitas dúvidas podem surgir nessa fase da maternidade, principalmente pela falta de informação ou por informações incorretas. Veja abaixo alguns mitos e verdades sobre esse assunto:
A mulher sente mais fome e sede durante a amamentação?
Verdade! Para produzir leite o organismo precisa de calorias e líquido além do normal. Por isso é importante manter uma dieta balanceada e saudável e beber bastante água.
Canjica branca aumenta a produção leite?
Mito! Não existe nenhuma comprovação científica de que determinados alimentos aumentem o volume de lactação da mulher. Basta que a ela tenha uma alimentação adequada, beba bastante líquido e que o bebê faça a mamada com posição e pegada correta.
Além disso é fundamental que a mãe descanse bastante e tenha um ambiente tranquilo, sem ansiedade e com apoio familiar.
O leite da mãe tem tudo que o bebê precisa?
Verdade! Mesmo que a lactante tenha uma dieta com menos calorias e nutrientes necessários, a composição do leite terá a quantidade de calorias, proteínas, gordura e anticorpos necessários para o bebê. Apenas nas mães com desnutrição grave pode ocorrer algumas alterações.
Existe leite fraco?
Mito! Não existe leite fraco ou forte, ele é sempre adequado para a criança. Inclusive, há estudos que apontam sua adaptação caso a criança tenha algum problema como uma infecção, por exemplo.
Na grande maioria das vezes em que as mães se queixam de produzir pouco leite ou acham que o alimento não está sendo suficiente para o bebê o problema está relacionado à mamada incorreta ou a uma percepção distorcida devido à cobrança e comentários de familiares, que acabam gerando insegurança na mulher.
Tudo que a mãe consome passa para o leite?
Verdade! No que se refere aos alimentos, de forma geral, não é necessário suspender o consumo de nenhum item, mas a mãe deve observar caso algum ingrediente gere efeito na criança e conversar com seu ginecologista ou com o pediatra.
Porém, no que se refere à ingestão de álcool e outras substâncias químicas, é totalmente contraindicado no período de amamentação. Até o uso de medicamentos só deve ser feito sob orientação médica.